Contra o negacionismo climático é um chamado ao posicionamento em defesa das nossas vidas e de todos os que coabitam o planeta.
Um tema que grande parte de nós acreditava ser um ponto pacífico tem mudado suas nuances e sofrido o cerco do negacionismo: as mudanças climáticas. A coisa ficou um pouco mais crítica para mim quando vi dois amigos falando sobre isso, em momentos temporais diferentes, mas com um mesmo conteúdo:...
Arquivos de Categoria: Mulheres e Bem-Viver
Eu escolho a vida, a livre criação, o diálogo, os livros e o amor. Eu escolho a esperança.
O artigo de hoje não começou a ser pensado como uma declaração de voto. Na verdade, esse ímpeto surgiu enquanto pesquisava dados sobre o tema que gostaria de tratar aqui: a grilagem e desmatamento da Amazônia. Mas, a medida que os dados me apontavam para um estado urgente sobre o tema, mais vinha...
A interseccionalidade é uma ferramenta analítica do feminismo negro.
No meu último artigo aqui, apresentei a importância de campanhas como o “Agosto Lilás” para denunciar e conclamar a sociedade como um todo para enfrentar a violência contra mulheres e meninas em nosso país. Essa questão é fundamental em um país no qual a cada minuto, oito mulheres foram agredidas. E...
O “Agosto Lilás”, como ficou conhecido, é um importante momento de reflexão.
As pautas e lutas parecem constantes. E assim se parecem, porque de fato assim são. O Brasil já figurava entre os países mais inseguros para as mulheres. A violência contra as mulheres já é lida como uma endemia global, segundo organismos como a ONU. Mas, durante a pandemia da covid-19, esses números pioraram.
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Não podemos compactuar com dinâmicas que marginalizam de qualquer forma, mas principalmente pelo medo e violência, a atuação política ativa de qualquer pessoa.
Em recente pesquisa realizada pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Unirio, foram apresentados dados, no mínimo, preocupantes sobre violência política no Brasil. Mas, antes de tudo, o que é violência política?
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A sugestão para as nossas decisões sobre como queremos o congresso nacional é a de que mesclemos a luta da resistência indígena e a luta antirracista.
Se por um lado, é preciso levar o cocar para o Congresso Nacional; por outro, é preciso aquilombar a política. Não como lados opostos, mas como complementares. Quando olhamos uma foto do Congresso Nacional, não nos vemos ali. É como se...
Em Abril desse ano, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), mulheres indígenas fizeram história ao lançar a proposta “Aldear a Política”, com a “Bancada do Cocar” para fazer frente aos lobistas da mineração, da grilagem e à bancada ruralista. Ou seja, para travar a guerra que ocorre em territórios também no espaço político-institucional diante dos que trabalham cotidianamente pela destruição da Terra e, em consequência, de toda a vida presente nela. Segundo Sonia Guajajara, essa é...
A literatura é um direito humano e, como tal, espaço possibilitar de reflexões
Se já falamos aqui da raiva como um sentimento capaz de mobilizar tensões que propiciam coalizões para transformações profundas na sociedade, quais outras ferramentas poderiam ser utilizadas para fortalecer esses processos?
O intelectual Antonio Candido defendia a literatura como um direito humano....
Em tempos de tanto ódio é comum ver que as pessoas comprometidas com uma visão de mundo transformadora e igualitária reivindicando o amor. A intelectual bell hooks fez formulações fundamentais em torno do amor e a ideia é que falemos mais sobre isso em outro texto. Mas aqui, hoje, e também mobilizando formulações de bell hooks, eu pretendo falar sobre a raiva.
Diferente do que podemos imaginar, a raiva não é o antônimo ou o par antagônico do amor....
O sorriso, as manifestações culturais, a produção epistêmica, a reivindicação da negritude são formas de ser e existir negro que remetem à resistência de Ganga Zumba, Zumbi e Dandara.
Muitas foram as vezes que vi pessoas questionando a resistência construída historicamente pelas populações negra e indígena. Gente que acha que a resistência só acontece obedecendo a um modelo, em geral bem ocidental:...
Quando pequena, acho que como a maioria de nós, me lembro de sempre voltar para casa no dia 19 de abril com um "cocar" de cartolina e pinturas no rosto. Um dia intensamente lúdico e absurdamente acrítico, em que aprendíamos uma história sobre "índios" (sic) que "viveram" no Brasil e que trocaram presentes com os "viajantes" portugueses que acabaram nessas terras por um erro de bom planejamento de viagem. As professoras nos ensinavam dancinhas, "jeitos de falar" dos "índios" (sic), reforçando o...
Não há saídas e construções positivas enquanto mulheres sejam vítimas de atrocidades.
O que era um dia, se tornou um mês. Hoje, falamos que março é mês das mulheres. Mesmo que sejamos nós as responsáveis pelo cuidado e trabalhos reprodutivos no mundo, força central para a sustentação sistêmica, para a manutenção da força de trabalho e, portanto, deveríamos ter a igualdade de reconhecimento todos os dias. A data se...
A barriga tem que estar cheia para que possamos prospectar e esperançar o amanhã.
Ao buscar fixar uma grade, ou melhor, um itinerário reflexivo sobre futuros possíveis nessa coluna, já logo queria falar de propostas outras e diferentes, proposituras um tanto subversivas diante do modelo de sociedade em que vivemos, considerado inescapável. Mas percebi que antes de qualquer proposta, seria importante articular algumas premissas.
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Construir futuros possíveis passa por negarmos uma ideia de inclusão em um mundo baseado na exclusão.
Quando fui instada a pensar sobre “futuros possíveis” tive muitas dificuldades. A conjuntura atual no país não é das mais animadoras para vislumbrar cenários de possibilidade. Daí, então, me lembrei da artista plástica e pensadora Jota Mombaça, em seu recente livro “Não vão nos matar agora”, em que ela enuncia:
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A temática dos Direitos Humanos, em geral, é bem controversa. Muitos são os que têm a ideia de direito humano como algo que posicionasse seres humanos no topo de uma cadeia, numa perspectiva limitada e hierárquica. Já adianto que essa não é a perspectiva desse texto. A pergunta inicial não esconde: para além dos marcos importantes já alcançados na concepção de direitos humanos hoje, ainda muitos são os avanços necessários, como compreender que é preciso reconhecer povos, grupos e...
O mês de novembro ganhou um outro significado no Brasil. Hoje, é comum que o chamemos de “novembro negro” ou “mês da consciência negra”. Junto a isso, e principalmente com o crescente das demandas por direitos da população negra e de que é necessário ter uma atitude proativa em relação ao racismo, muitos são os discursos reacionários que falam em “dia da consciência humana” e, os mais conservadores, questionando a não existência de um “dia da consciência branca”. Não é...
Para fazer um bilionário, é preciso de milhões tenham suas vidas precarizadas.
E chegamos no mês de novembro. Há cerca de 20 meses que vivemos e somos impactados pela pandemia da covid-19, e a maneira como nos relacionamos mudou muito. Em meio a pandemia, muitas coisas ficaram mais evidentes. Enquanto alguns achavam que a pandemia inspiraria o melhor de nós, e sairíamos dessa com a humanidade quase que restaurada por valores como solidariedade,...
Por que comprar algo? O que comprar? Como comprar? De quem comprar? Como usar? E como descartar? Essas são as perguntas balizadoras para um consumo consciente.
Por algum tempo, quando ouvi falar em “consumo consciente”, pensei que havia encontrado a chave para a solução dos problemas da humanidade. Nesse período, acreditava piamente que se todo mundo fizesse um bocadinho só, conseguiríamos dar conta de muitos dos...
O Brasil está regredindo ao período das invasões coloniais e sanguinárias. E precisamos acordar.
“Nós estamos em guerra. Eu não sei porque você está me olhando com essa cara tão simpática. Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra. Os nossos mundos estão todos em guerra. A falsificação ideológica que sugere que nós temos paz é pra gente continuar mantendo a coisa funcionando....
Desde o dia 22 de agosto, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB, realiza a maior mobilização de povos indígenas com o grito: “nossa história não começa em 1988!”, em luta contra o Marco Temporal, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) – que estabeleceria que os povos originários só poderiam reivindicar terras ocupadas até a aprovação da Constituição de 88 – e, mais do que isso, mobilizados em defesa da vida e da democracia. Conforme texto divulgado...
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