Desde o dia 22 de agosto, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB, realiza a maior mobilização de povos indígenas com o grito: “nossa história não começa em 1988!”, em luta contra o Marco Temporal, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) – que estabeleceria que os povos originários só poderiam reivindicar terras ocupadas até a aprovação da Constituição de 88 – e, mais do que isso, mobilizados em defesa da vida e da democracia. Conforme texto divulgado...
Arquivos de Tag: Juliana Borges
“Pensar globalmente, agir localmente”. A frase pode até ter se tornado um clichê, um senso comum, mas ainda carrega um intenso e importante significado diante dos desafios cotidianos para a manutenção da nossa existência no planeta. O responsável por ela foi o sociólogo alemão Ulrich Beck, em suas reflexões sobre o processo de globalização, e carrega ideias como participação, colaboração e solidariedade. Ou seja, pela aproximação e o encontro de culturas e identidades locais...
Estudos têm demonstrado que maneiras urgentes para mitigarmos e termos maiores condições e capacidades formulativas para lidar com as mudanças climáticas passam pela participação e o empoderamento feminino.
Há quem tente, mas não é mais possível negar que vivemos na era das mudanças climáticas. Há quem tente emplacar o negacionismo sobre o que vivemos, inclusive, com espaço em colunas de grande projeção. Sempre que vejo o negacionismo das...
Desde 2014 que o dia 25 de julho é o Dia Nacional Tereza de Benguela. Para que seu espírito inspire todas nós. A data não foi escolhida à toa. Desde 1992, após a realização do 1o Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, na República Dominicana, que o dia 25 de julho é o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esse marco é importante...
Na semana passada, Roberta, mulher, pessoa em situação de rua, foi queimada viva por um homem jovem. E, me pergunto: por que não ficamos todas nós indignadas?
Os tempos não estão nada fáceis. Mas me pergunto constantemente: quando eles não foram difíceis? A sensação de dificuldade, de piora das coisas, ou mesmo de sua melhora, pode ser considerada relacional a quem vive, a quem sente. Quando falam em avanço da repressão, do Estado...
Um breve desabafo diante da epidemia da falta de empatia e da naturalização da violência em nosso país.
“Nunca vivemos, como os brancos, em terras ardentes e sem árvores, percorridas por máquinas em todo lugar. No primeiro tempo, nossos maiores viviam sozinhos na floresta, longe das mercadorias e dos motores. Essas fumaças de epidemia têm um cheiro ruim que cortou o sopro de vida deles.”
...
A maternidade desromantizada é a maternidade em que nos percebemos sujeitos de trocas, de construção de símbolos e de convívios, em que a ética do cuidado é recíproca.
Estamos em dívida com os nossos pares no planeta. Em determinados momentos, podemos, inclusive, nos perguntar quem, de fato, seria a praga que coloca em risco a existência na Terra. Mas, tão logo, podemos aludir às reflexões de Aílton Krenak,...
Lá pelos meus 5 ou 6 anos, notei algo de diferente em minha bisavó. Diferente de minha avó, tias-avós, tios-avôs, de minha mãe e tias, minha bisavó não tinha a pele tão escura, apesar de sua cor me lembrar a terra. E, diferente dos nossos cabelos crespos, minha bisa tinha os cabelos lisos. Totalmente absorvida por aquele estranhamento, eu perguntei à minha avó Dice porquê ela era diferente de nós, pretinhos: “Porque a bisa é índia.” Minha única referência de índio (sic) naquela...
O feminismo é a lente para que seja possível reinventar toda a sociedade.
O momento atual é muito difícil. Vivemos com se em uma turbulência que não cessa e com intensos momentos de queda livre. Ao afirmarmos que a Terra é um organismo vivo, estamos deixando de lado a subestimação dos nossos impactos nela. Se as relações são violentas entre nós, elas são brutais na relação com a Terra. E a conta vem chegando....
Mas, de onde vem essa história de um dia internacional das mulheres? Em geral, a história é um tanto romantizada: mulheres trabalhadoras de uma fábrica têxtil morreram em um incêndio provocado, após pararem o trabalho para demandar direitos. A história ganha outros contornos mais românticos: de que pelas cores de tingimento, a fumaça que teria saído das chaminés eram da cor lilás. Será?
Dia Internacional das Mulheres. Eu adicionaria “luta” nesse...
É necessário um outro modo de ver e viver o mundo, ou, como a própria carta versa “um novo pacto civilizatório” que imprima uma “outra gramática política”.
O que teria a ver uma marcha de mulheres negras e a proposta de Bem Viver? Muita coisa. Em sua carta final, a Marcha de Mulheres Negras, de 2015, começa evocando ancestrais, povos encantados e originários, povos tradicionais. E o que isso significa? Que é necessário um outro modo de...
- 1
- 2