Muito se fala sobre um mundo melhor, mas cabe aqui a pergunta: que mundo seria esse? E mais, será que estamos contribuindo para a transformação deste mundo atual em um mundo no qual desejamos viver? A verdade é que com pequenos passos, alguma sensibilidade e a conexão com nossa real essência é possível responder essas e muitas outras perguntas de forma sincera e motivadora. Somos capazes sim de modificar o que quisermos, basta nos concentrarmos no nosso objetivo e seguir, devagar mesmo, enquanto as coisas vão acontecendo.
A conexão como um caminho para seu mundo melhor
Estive refletindo sobre o significado da palavra conexão e percebi o quanto a modificamos ao longo do tempo. A associação mais rápida que fazemos é a conexão com a internet, do mundo virtual… mas será que estamos nos conectando conosco e com os outros?
O primeiro passo é refletir sobre as nossas atitudes do dia a dia e se elas estão de acordo com as nossas reais motivações e com a construção do que desejamos que seja a nossa vida no futuro, pautadas no aqui-agora. Esta é uma porta por onde deve passar o nosso pensamento quando imaginamos os rumos de nossas vidas ou quando tentamos projetar o amanhã.
Acredito que precisamos rever a falta de conexão com a vida e com nosso “eu interior”, que é a chave para desvendarmos os mistérios que existem por aí. É dentro de nós mesmos que encontramos a fonte de todas a inseguranças, incertezas e principalmente da crença de que não somos suficientes.
O famoso escritor e filósofo transcendentalista Ralph Waldo Emerson acreditava que nós possuímos duas versões do nosso “eu”: o superficial, que é o que apresentamos ao mundo; e o profundo, que somente conseguimos encontrar quando nos afastamos de todas as influências que sofremos no dia a dia. Através de uma introspecção metódica, conseguimos então nos conectar com o espírito universal comum a toda a espécie humana.
“É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. É fácil, na solidão, viver do jeito que se quer. Mas o grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão.” (Ralph Waldo Emerson).
A sociedade e a sua mania de pregar que devemos “correr atrás” faz com que busquemos coisas que não precisamos e que não estão de acordo com a nossa verdade, pois nos levam a acreditar que devemos nos movimentar para alcançar o que não temos, ou seja, desse modo estaremos sempre incompletos.
Uma vez conectados, aproximamo-nos do que de fato somos e buscamos viver de forma íntegra, de acordo com nossas competências, aptidões, habilidades e talentos.
Nesta cultura da não suficiência em que vivemos, onde estamos sempre distantes do que supostamente desejaríamos ser – jovens, maduros, ricos, cheios de energia, bem relacionados, etc – não sobra muito espaço para investigarmos quais são as nossas reais motivações na vida, o que nos dá ânimo, combustível e impulso para vencermos as pequenas e grandes batalhas, nos preenchendo com a sensação de gratidão no fim do dia.
Vivemos a desconexão geral com o mundo natural. A desconexão começa no indivíduo que vai se desconectando de si mesmo, de sua essência e da vida real e passando a viver exclusivamente em função do conteúdo que assimila através do cérebro passando a viver conectado com o mundo virtual, e acaba perdendo a condição humana definida por Emerson.