Salve Glorioses! Vocês que acompanham a Bemglô, sabem o quanto valorizamos e admiramos os povos originários do Brasil, por todo o seu conhecimento, arte e cultura. Felizmente, cada vez mais, todo esse universo está sendo conhecido e apreciado para além do nosso país!
Os Baniwa, que vivem no Alto Rio Negro e também às margens do Rio Içana, fazem parte de um complexo cultural de 22 povos indígenas diferentes, com cerca de 12 mil pessoas, cuja língua é aruak. Sua economia gira basicamente em torno da agricultura, da pesca, e também da arte milenar na confecção de cestaria arumä, assim nomeada por utilizar-se da planta que leva esse mesmo nome. Hoje, vamos falar de um tesouro que os Baniwa estão oferecendo ao mundo: A pimenta Baniwa, que conta com 78 variedades, com cores que vão do branco ao roxo e com nomes especiais, como: bico-de-mutum, peixe-lápis e braço-de-camarão, entre outros tantos e ganhou não só o paladar do Brasil, mas também o paladar do mundo.
As pimentas, de forma geral são muito apreciadas em todo o mundo e para os Baniwa ela é um condimento tradicional, fazendo parte de suas receitas como, por exemplo, a quinhapira – ensopado à base de peixe e, que simboliza união e receptividade quando ofertada aos visitantes de outras aldeias. Seu ardor intenso porém breve, já se encontra na Irlanda, incorporado à Baniwa Chili, a primeira cerveja feita a partir dessa pimenta, no mundo; Nos Estados Unidos, essa pimenta produzida exclusivamente pelas mulheres Baniwa, foi o produto escolhido por uma empresa que se dedica à venda de produtos nativos da nossa floresta.
De uma prática ancestral, a já famosa pimenta Baniwa (AATI, em Aruak) é cultivada por mulheres em roças e quintais, após a queima de pequenos trechos de capoeiras antigas. Seu cultivo é livre de agrotóxicos e de maquinário pesado, mantendo a relação da mulher com a terra mais próxima. Em 2010, o Sistema Agrícola do Rio Negro foi declarado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como Patrimônio Cultural do Brasil pelo seu conjunto de saberes e pela transmissão desses conhecimentos, que envolvem sustentabilidade, ancestralidade, sistemas alimentares, normas, e direitos.
Do plantio e colheita, até a secagem e trituração, cada potinho da pimenta Baniwa contém a história de quem a produziu, junto com a história de um povo e de sua resistência. Através da rede Origens Brasil, que promove e amplia a voz de negócios sustentáveis na Amazônia, garantindo a transparência e a rastreabilidade dos produtos, é possível o consumo ético dessa iguaria. A Bemglô tem certeza que apoiando projetos assim, que mantém a floresta em pé e garante a manutenção da cultura indigena, poderemos ter um futuro melhor que o presente.
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Até a próxima história!