Salve, glorioses. Vocês já ouviram falar de Wangari Maathai, a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz? Hoje, a Quarta Gloriosa vai contar a trajetória heróica dessa mulher, da tribo de etnia Kikuyu, nascida em 1940, em meio às montanhas do Quênia e onde a biodiversidade pulsava por toda a terra. Sua casa ficava embaixo de uma figueira, aos pés de um riacho, e aprendeu com a mãe a nunca derrubar uma árvore.
Wangari concluiu os estudos secundários em 1959 e no ano seguinte ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Joseph P. Kennedy Jr, em um programa organizado por Tom Mboya, educador e um dos fundadores da República do Quênia. Junto com mais 300 jovens, foi estudar nos Estados Unidos. Quatro anos depois, tornou-se a primeira mulher da África Oriental a obter o bacharelado em Biologia no Mount St Scholastic College, Kansas. Em 66, já estava cursando o mestrado na Universidade de Pittsburgh, partindo para Alemanha em seguida, onde atuou como pesquisadora em medicina veterinária.
Só voltou ao Quênia em 71, para o doutorado em Anatomia na Universidade de Nairóbi. O cenário de sua terra era outro: o desmatamento avançou, os rios secaram, e as memórias da infância já não existiam mais.
Foi aí que ela decidiu unir os estudos da Academia a uma causa fundamental para a manutenção da vida de sua aldeia como um todo. Ela sabia que as árvores eram imprescindíveis para a recuperação dos mananciais aquáticos, atraindo novamente os animais para a região. Usando a sua visibilidade, criou um fundo monetário e, assim, pôde pagar por cada árvore plantada, aliando o reflorestamento à geração de renda.
O projeto se solidificou em 1977, com o apoio da Sociedade Florestal da Noruega, assalariando as famílias e investindo em ações de educação para a sua comunidade. Tornou-se presidente do Conselho Nacional de Mulheres do Quênia, ainda que com muita resistência política.
Ao longo dos anos 80 e 90, Wangari esteve à frente de vários movimentos pelos direitos das mulheres e defesa da democracia, e tornou-se um símbolo pelos direitos humanos do Quênia. Em 2002, ano das primeiras eleições livres de seu país, foi eleita membro do Parlamento Queniano , ascendendo então à Ministra dos Recursos Ambientais e Naturais e, em 2004, recebeu o Prêmio Nobel da Paz!
Wangari Maathai teve a vida transformada pela educação e, pouco antes de sua morte, pôde ampliar ainda mais a sua voz ao tornar-se Mensageira da Paz das Nações Unidas, convidada pelo secretário-geral Ban Ki-moon.
Wangari partiu em 2011, mas seu legado permanece intacto. O dia 3 de março, Dia do Meio Ambiente na África, tornou-se oficialmente o Dia de Wangari Maathai.
E o que ela pensaria ao saber que hoje, 40 anos depois, o movimento que começou junto às camponesas de sua tribo já replantou mais de 40 milhões de árvores dentro e fora do Quênia?
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Um beijo e até a próxima Quarta Gloriosa.
Lindo a história de uma lider mulher negra lutando pelo meio ambiente desde 1959.