O movimento Disco surgiu no início dos anos 70 nas discotecas de Chicago, Nova Iorque e Filadélfia. As festas, totalmente dançantes, frequentadas por um público alternativo tornaram-se um ícone depois do filme “Embalos de sábado à noite” e da abertura da boate Studio 54.
A Disco Music não foi um gênero pré-fabricado, mas sim algo que surgiu como consequência da mistura de diversos gêneros musicais como o Soul, o Jazz e o Funk. Até chegar no momento Disco, de fato, muita coisa aconteceu no mundo da música e da cultura das ruas. Este movimento musical foi o que reuniu negros, brancos e latinos pela primeira vez em um mesmo ambiente e sofreu preconceitos da elite norte-americana.
Os anos Disco foram considerados como a Era do Brilho. Foi também o momento onde as mulheres se auto afirmaram em frente à sociedade machista e usaram sem medo figurinos com sensualidade e luxo, simbolizando seu destaque e valor para todos.
A influência da Era Disco na moda
A Era Disco influenciou vários meios e deixou sua marca no mercado e na história. Na moda, por exemplo, o movimento foi representado pelas cores espalhafatosas e os brilhos dos lamês e strass (tecidos das roupas). O cetim e a seda utilizados lembravam o glamour dos anos 20 que complementados pela moda cor traziam luxo e cintilância para quem as usasse. O jeito sexy de se vestir foi totalmente incorporado ao figurino feminino, os tops USA, vestidos frente única, calças boca de sino, coladas e transparentes foram um escândalo que abriram espaço para que as mulheres hoje tivessem mais liberdade para escolher o que vão vestir.
A Era Disco no Brasil
No Brasil, tivemos uma forte influência pelo movimento na música. Lady Zu em 77, com “A hora do leão”, incendiou as pistas de dança. Porém, seu grande sucesso viria um ano depois com o álbum “A Noite vai Chegar” no hit de mesmo nome e com “Lady é meu nome”. Junto com Lady Zu, em 77, surgiam As Frenéticas, grupo formado por 6 mulheres, cantando “Perigosa” de Rita Lee ( “eu sei que eu sou bonita e gostosa…”). Sua fama se consolidou com a novela, de mesmo nome, “Dancin’days”, onde a música foi memorizada por todos os brasileiros e repercutiu em regravações posteriores.
Mais tarde, o estilo ainda influenciou outros artistas, como Lulu Santos que a partir de 94 passou a flertar com o disco music. Em suas músicas que não fazem feio nas pistas de danças por aí. Ah, e tem também o Edson Cordeiro, cantor paulista que lançou em 1997, no seu CD “Clubbing”, uma versão dance para “Ave Maria”. No embalo da polêmica causada, no ano seguinte Edson, no CD “Disco clubbing ao vivo”, recriou sucessos disco dos anos 70. “It’s raining men” e “You make me feel” foram, junto com a recente “Barbie Girl” do grupo Aqua, os pontos fortes do CD.
A novela Dancin’days, de Gilberto Braga, foi um marco do movimento no Brasil, se refletindo na cultura, no comportamento, na música e na moda do país. O movimento, que até hoje deixa vestígios nas festas, nas boates e no estilo eletrônico das músicas deixa muitas memórias e sempre ressurge em festas com tema Flashback, aquecendo os corações de quem viveu essa época colorida e cheia de brilho!
Até a próxima.