Adoniran Barbosa é até hoje conhecido como o Pai do Samba de São Paulo. Faleceu aos 72 anos, em 1982, após uma carreira que começou na era do rádio. No último dia 24 de julho, há exatos 1 mês, estreou no Farol Santander, centro cultural do centro da capital paulista, a exposição que retrata toda essa trajetória e leva o nome de seu primeiro grande sucesso: Trem das Onze.
A exposição “Trem das Onze – Uma viagem pelo mundo de Adoniran” ocupa o 19º e 20º andar do prédio da Rua João Brícola e reúne fotografias, vídeos e partituras para narrar a relação do compositor com a cidade de São Paulo. A curadoria fica sob uma dupla: Pedro Serrano (diretor do documentário “Adoniran – meu nome é João Rubinato”) e Celso de Campos Jr., jornalista e biógrafo do sambista.
Adoniran: A voz da cidade
A relação de Adoniran com a maior cidade do país é a paixão que moveu grande parte de suas composições artísticas. Seu samba é o resultado de duas próprias vivências, e o que lhe deu destaque após uma dura insistência no início de sua carreira foi justamente a sua habilidade de inserir em suas letras a realidade popular do grande centro. Para além de compositor e cantor, era um grande cronista.
Seu maior sucesso, que dá nome à mostra, popularizou-se mais tarde nas vozes do grupo Demônios da Garoa, sendo premiada no carnaval carioca de 1964. A carreira como um todo, porém, foi de dificuldade. Antes do rádio tentou nos palcos o estrelato, mas sem sucesso. O samba surgiu acidentalmente junto aos concursos da época do rádio. Foi como ator radiofônico, com anos de carreira e alguns personagens na bagagem, que Adoniran se consagrou. Sendo Adoniran, inclusive, o nome de um de seus personagens.
Não perca:
Trem das Onze – uma viagem pelo mundo de Adoniran
Farol Santander
Rua João Brícola, 24 – Centro
24 de julho a 30 de dezembro
De terça a domingo, de 09h às 19h