Povos tradicionais e a produção sustentável de café
Quarta Gloriosa

Povos tradicionais e a produção sustentável de café

Povos tradicionais e a produção sustentável de café

Salve, Glorioses. Se alguém ainda acha impossível aliar produção com sustentabilidade tem muito o que aprender com aldeias indígenas de Rondônia, que têm se destacado no cenário nacional pelo cultivo de café. Uma dessas é a aldeia Tika, da etnia Suruí, que possui mais de 2 mil pés de cafezal na cidade de Cocoal, convivendo de maneira sustentável com a vegetação local, produzindo em meio à floresta e com flores e frutos diversos.

Os líderes são Diná Suruí e Yami-xãrah Suruí, que contaram ao portal G1 que a produção de café não é nada usual para a etnia Suruí. Pelo contrário, essa foi uma atividade nova que eles decidiram abraçar e integrar às atividades da aldeia, o que deu super certo para a rotina e renda da comunidade.

No dia a dia, ambos dividem as atividades do cultivo, e o café Suruí mescla o sabor do grão com notas de chocolate e castanhas nativas, representando a riqueza dos sabores amazônicos.  A qualidade é tamanha que Diná e Yami foram contemplados com incentivo de 25 mil reais para investir na produção, em um concurso que premiou os melhores produtores indígenas de café no Brasil.

A iniciativa inédita não só valorizou o trabalho das aldeias de Rondônia como tem um valor simbólico muito grande ao mostrar como é possível produzir grãos em larga escala e em harmonia com a natureza. No total, foram 63 produtores tradicionais participando.

Além da aldeia Tika, outros premiados foram Valcemir Canoé, da Aldeia São Luiz em Alta Floresta D’Oeste, e Erivelton Mopimoy Surui, da aldeia Joaquim, também em Cacoal. E esta é apenas uma fração da potência produtiva dos povos tradicionais, que em 2019 foram responsáveis por mais de mil sacas na safra de café.

Os grãos produzidos na aldeia Tika receberam a pontuação de 89,63 em uma avaliação do júri especializado,  classificando o café Suruí enquanto café especial. E com o investimento, essas aldeias poderão investir e ampliar ainda mais a produção sustentável, aliando floresta e cultivo.

A expectativa é que cada vez mais o café amazônico e indígena ocupe espaço no mercado nacional, mostrando que é possível produzir alimentos do mais alto nível sem tirar vida do que temos de mais precioso, a floresta.

Quem também ficou curioso para experimentar?
Um beijo e até a próxima Quarta Gloriosa.


LOJA BEMGLÔ