nortes do eu: início do céu
Astrologia

nortes do eu: início do céu

nortes do eu: início do céu

“Um ser tem muitas peles cobrindo as profundezas do seu coração. 

O ser humano conhece muitas, muitas coisas; ele não conhece a si mesmo. 

Ora, trinta ou quarenta peles ou couros, como que de boi ou urso, 

muito espessas e duras, cobrem a alma. 

Entre no seu próprio território e aprenda a conhecer-se lá.” 

Em nosso último encontro, falamos sobre o ascendente (idêntico à casa 1): vimos que este território do mapa simboliza muito sobre a nossa chegada, nosso número 1, a história de nosso nascimento, muitas vezes o retrato de nosso parto e nos traz informações sobre nossos primeiros passos em vida, nós quando bebês: e o quanto isso se reflete na formação da nossa máscara social, a que chamamos personalidade.

Agora, vamos entender melhor a importância de outro campo do mapa para nossa interpretação e investigação de nós mesmos, o campo que vamos estudar é conhecido como: início do céu – ou, IC – também: sinônimo de casa 4.

Por que falamos que início do céu é sinônimo de casa 4? Basta reparar que há uma linha que une a entrada da casa 4 ao símbolo IC. Veja a imagem a seguir.

Falar em casa 4 

é a mesma coisa que 

falar em início do céu.

Início do céu: onde o sol se esconde

Ao meio dia, brilhamos. À meia noite, dormimos. Durante o dia, à luz do sol, realizamos. À noite, nos entregamos: caímos nas águas do inconsciente, onde encontramos as imagens simbólicas, que chamamos sonho. Quando bate meia-noite, o sol se esconde.

Onde não há sol, não há luz. Onde não há luz, não há consciência, não conseguimos ver aquilo que não está iluminado.

“Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são.”

(Carl Jung)

É como fazer uma trilha no escuro, precisamos de uma lanterna para iluminar nosso caminho. Sem a luz, caminhamos, mas somos regidos por nossos instintos, por nossa capacidade sensorial de perceber, de escutar e de sentir o espaço: assim é, pois todos sentimos, instintivamente que precisamos sobreviver.

IC: o sonho do passado

“Você não pode superar aquilo que não conhece.” 

(Pathwork) 

Na casa 4, ou IC, encontramos informações importantíssimas sobre o nosso passado, sobre nossas heranças emocionais: trata-se de um palco de elemento água na nossa jornada astral.

Então, você dirá: ‘mas eu não tenho nada na minha casa 4!’. Sim, é possível que realmente você não tenha nenhum planeta (nenhum ator) ali na sua casa 4. Neste caso, o caminho da interpretação é avaliar que signo abre este palco na sua vida, por exemplo: o seu início do céu é inaugurado pelo signo de áries (fogo): isso quer dizer que você vai viver os temas da casa 4 sob uma tônica ariana.

Vamos entender melhor! 

A casa 4 vai nos dar informações sobre que tipo de sistema familiar nós temos, quem foram nossos pais, avós, tios para nós. Pelas informações contidas na casa 4, podemos saber melhor de onde viemos: a família que tivemos. 

Segundo o exemplo acima, se eu tiver a entrada da minha casa 4 em áries, isso pode querer dizer que eu venho de uma família cuja tônica é ariana; uma família com traços arianos.

IC: O palco de câncer

A  casa 4 está associada ao signo de câncer e, portanto, associada às nossas raízes, a um mundo íntimo e emocional, muito mais resguardado em si mesmo que, digamos, exposto. 

Tudo o que está na casa 4 está guardado, oculto em nossas emoções: como o sol, resguardado sob a lua, à meia noite.

Um caso

Uma pessoa que nasceu às 23h45, por exemplo, terá em seu mapa natal o glorioso sol irradiando sobre a sua casa 4, independente de que signo este planeta esteja: por se tratar do sol na 4, esta pessoa terá um olhar para o mundo muito mais voltado para seu íntimo. 

Por ter nascido sob esta configuração astral, pode ser que estejamos falando de alguém mais reservado, discreto ou menos exposto em suas questões emocionais.

Vamos supor que esta mesma pessoa tenha nascido no dia 3 de agosto: quando o sol transita brilhoso pela exuberante constelação de leão. Isto significa que estamos falando de uma leonina de casa 4: então, começamos a entender por que algumas pessoas dizem: ‘‘eu não me identifico com as características do signo de leão; não me sinto uma leonina’’.

É claro, esta pessoa tem o sol (em leão) na casa 4, um palco natural de água, associado ao signo de câncer: logo, esta pessoa será – entre aspas – uma leonina/canceriana, o que já lhe confere outras qualidades arquetípicas. O brilho de leão aqui, neste caso, é muito envolvido com as emoções e a sensibilidade cancerianas: por isso, esta pessoa pode vir a se identificar mais com o signo de câncer.

É sempre bom lembrar, que estamos iniciando: que ainda há muito mistério pela frente. Pouco a pouco, vamos nos familiarizando com esta linguagem complexa que é o ‘astrologuês’.

Ancestralidade, clã e vínculos afetivos

“Uma pessoa está em paz quando todas as pessoas que pertencem a sua família têm um lugar em seu coração.” 

(Bert Hellinger)

Respeitar os que vieram antes de nós, respeitar a forma e a sabedoria dos que vieram antes é a forma de manter a ordem da pirâmide familiar. Sabemos que quando um filho quer, infantilmente, mudar a mãe ou o pai – ou ainda – quando identificados com nossa criança, face da nossa dependência emocional, cremos poder salvar os nossos pais, como se fôssemos responsáveis pelo que acontece com eles: invertemos uma ordem importante da pirâmide. 

Quando um filho deixa de ser filho e passa a ser pai da mãe, por exemplo, uma desorganização começa a fluir, e o sistema entra em desequilíbrio, gerando doenças, bloqueios e repetição de padrões.

Quando me julgo superior aos meus pais, a ordem é quebrada. Quando interfiro nos problemas dos meus pais, tios ou avós: essa ordem é quebrada. 

Ao chegarmos ao planeta terra, iniciamos nossa vida no seio de um sistema familiar e não herdamos somente um pacote genético, mas um sistemas de crenças e de comportamento. 

Nossa família é um campo de força, dentro da qual crescemos: é tão, mas tão importante sabermos qual é nosso lugar dentro deste sistema. Apenas assim, poderemos fazer parte deste clã afetivo com responsabilidade e consciência.

Você só tem responsabilidade por quem vem depois de você. 

Dentro de um sistema, a hierarquia é comandada pela precedência no tempo. Isso significa que aqueles que vieram antes têm autoridade sobre quem veio depois. 

Não há luto, há gratidão eterna.

Por isso, analisar o conteúdo contido na nossa casa 4 ou em nosso início do céu pode enriquecer nossa autoinvestigação e autorresponsabilidade, no sentido de restabelecer nosso equilíbrio familiar, honrando os que já foram, e permitindo a imperfeição dos que aqui estão.   

Quem somos nós dentro da nossa família? Qual é a nossa responsabilidade em nosso núcleo familiar? Como posso apoiá-los e estar presente sem desequilibrar a lei da árvore genealógica? 

Bons estudos e até nosso próximo encontro, com carinho.

 

 

 

 

 

 


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