Encerrando o mês dedicado à espiritualidade, trago não um paralelo entre a religião e a ética, conforme filósofos de todos os tempos têm tratado, mas busco sugerir pensarmos em quais pontos esses dois paradigmas se encontram, unificando a ideia do bem-viver.
A espiritualidade é uma experiência individual a cada um, assim como seu entendimento de fé, crença e de algo maior. A religião é exatamente isso: a crença em um poder superior, que resulta em uma postura moral, diante da sociedade.
A ética, igualmente, é um conjunto de regras morais, visando o bem do grupo sem, no entanto, haver a crença em algo além do que é material.
Temos visto muitas coisas más acontecerem em nome de Deus, como ataques à pessoas e templos do candomblé e da umbanda.
Estamos vendo as leis serem deturpadas por quem as deveriam proteger e cumprir, antes de qualquer um, como no caso do secretário de educação do Rio de Janeiro, minimizando a questão do preconceito racial no Brasil.
Ética e religiosidade: aliadas para uma vida pacífica
Isso me leva à pergunta que compartilho com vocês: é possível agradar a Deus oprimindo o próximo?
A meu ver, o sentido de religiosidade e de ética vão na mesma direção. Ou será que existe alguma religião que incentive matar, roubar, cobiçar, mentir ou sentir-se superior ao outro?
O respeito pelo próximo e pelas leis é crucial para vivermos em uma sociedade mais inclusiva. A intolerância religiosa, o racismo, todos os tipos de abusos, a crueldade contra animais, por tanto, vão contra os princípios básicos das leis divinas ou materiais.
O respeito é a chave para uma boa vida. Quando plantamos algo bom, mesmo que não estejamos vendo, ele está ali formando suas raízes para, a seu tempo ou “no tempo de Deus”, como dizem os que creem no criador, florescer, como nos diz a lenda do bambu chinês.
“Estou cada vez mais convencido de que chegou o momento de encontrar uma maneira de pensar sobre a espiritualidade e ética para além da religião.” (Dalai Lama)
Em dezembro, vamos entrar no clima de festas e confraternizações. Até lá!
Beijos,
Muito bom esse texto.