“Toda coleção privada expõe um ponto de vista pessoal, bem como a marca de preferências por vezes reveladoras dos diferentes momentos de uma trajetória humana“, está escrito na entrada de uma das galerias que compõem o Instituto Casa Roberto Marinho. O que por décadas foi residência hoje é o mais novo centro cultural da cidade do Rio de Janeiro, com 124 obras colecionadas pelo jornalista desde o último 28 de abril.
Assim como a citação, do próprio Roberto Marinho, visitar este espaço é a revelação de uma trajetória humana. O que antes era seu quarto, hoje é espaço dedicado às obras de Candido Portinari, um dos maiores nomes da Arte Moderna brasileira. Um dos 10 nomes que compõem a exposição Modernos 10, com dez dos principais nomes do modernismo e obras retiradas do acervo pessoal de Marinho. Ismael Nery, cuja arte flerta o surrealismo, está presente com 37 pinturas e desenhos. Logo atrás, em número de obras, está José Pancetti, artista preferido do jornalista. Dele, são 29 obras na exposição. Os outros artistas que compõem essa mostra são Tarsila do Amaral, Alberto da Veiga Guignard, Lasar Segall, Djanira da Motta e Silva, Milton Dacosta, Roberto Burle Marx e Di Cavalcanti.
Para além dos quadros, toda a imponência dos 10.000 metros quadrados impressiona. Todos os espaços da antiga Casa Rosa, construída em 1939 e que abrigou a família de 1943 a 2003, foram reformulados para darem vida ao Instituto. O jardim, um prolongamento da Floresta da Tijuca, é assinado pelo artista plástico Burle Marx. Dali, é possível avistar (e atravessar sobre uma ponte) o Rio Carioca, que desce da Floresta e corta os bairros Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e Flamengo, até desaguar na Baía de Guanabara. No jardim em meio a tanta natureza também estão dispostas algumas esculturas. Bruno Giorgi, Ascanio MMM e Maria Martins são alguns dos nomes, além do próprio Roberto Marinho que assina uma escultura sem título de 1978. Acesse o catálogo da exposição aqui.
Sobre a Casa Roberto Marinho
“Desde o começo, o proprietário tinha a ideia que a residência, além de abrigar a sua família, deveria propiciar a realização de eventos culturais e sociais vinculados às suas funções empresariais. A casa do Cosme Velho, inaugurada em 1943, foi durante cerca de sessenta anos palco de acontecimentos de música, literatura, artes plásticas e teatro. O solar desempenhou, ainda, o papel de “sede informal do Itamaraty”, ao receber, a pedido do Ministério das Relações Exteriores, visitantes ilustres e chefes de Estado.”, conta um pouco a história no portal do centro cultural.
A direção do Instituto Casa Roberto Marinho é de Lauro Cavalcanti, e a visitação pelo público ocorre de terça-feira a domingo, de 12h às 18h, sendo a última entrada às 17h15. Os ingressos custam R$10, com meia entrada de R$5 para jovens de até 21 anos, estudantes, professores, maiores de 60 anos e portadores de deficiência. Os ingressos dão acesso livre às exposições, esculturas, sala de estudos e biblioteca. É possível, também, participar de visitações em grupo e guiadas para educadores. Acesse o site http://www.casarobertomarinho.org.br para maiores informações.