câncer: águas
Astrologia

câncer: águas

câncer: águas

desde que nascemos (em áries), passando pela nossa sobrevivência ‘estática’ no berço (em touro), seguido por gêmeos, quando interagimos com o mundo externo: até aqui o mundo se reduz a nossa própria existência.

até aqui, a criança existe, mas não sabe que existe: ela existe e vive tudo o que se passa à sua volta sem, contudo, refletir sobre a própria existência: ela absorve, percebe, escuta, imita, vive e interage com seu entorno, mas é na fase canceriana que este ser passa, pela primeira vez, a reconhecer-se como um eu separado daquilo que a rodeia.

câncer: minha mãe e eu não somos um

aos quatro anos, todas nós atravessamos essa jornada canceriana: quando nos damos conta de que nós não somos a nossa mãe. “se eu não sou a mamãe, quem sou eu?” nos perguntamos silenciosamente — algumas vezes chegamos mesmo a expressar esta grande questão na vida de uma criança — expressamos com febre, com tosse, alergia, infecções e inflamações, além de dificuldades para dormir e medo de ter pesadelos.

câncer representa uma fase da vida em que passamos a ter medo

daquilo que existe do lado de fora, o que existe fora do mundo materno,

fora da redoma de minha mãe — o signo de câncer pode ser bastante medroso.

câncer: eu sinto muito

você já viu uma criança sentida? quando uma criança sente, ela sente muito: ela está no centro do drama e as suas necessidades precisam ser atendidas com exclusividade e urgência: este é um sentimento infantil (natural na criança e distorcido no adulto) que precisamos entender.

o signo de câncer nos ensina a sentir, representado pelas águas dos mares e oceanos, as cancerianas têm emoções à flor da pele: assim como não é possível esconder as águas dos oceanos, águas em abundância, não é possível esconder as emoções cancerianas.

uma característica bastante típica deste signo é a transparência: eu sinto e eu sinto muito. eu preciso expressar o que sinto e preciso sentir. eu necessito contar o que estou sentindo, me deixe narrar meus sentimentos, necessito criar histórias que façam com que os outros entendam meus sentimentos, preciso criar narrativas sentimentais, necessito dar voz às minhas águas.

câncer: minha arte é invisível

(Foto: Claudia Andujar)

a dor canceriana não se iguala a nenhuma outra, é dor primária, é carência, é falta de amparo, é sensação de falta de lógica, falta de palavras que expliquem o que sinto e por que sinto tanto.

da falta de compreensão, nasce a arte canceriana: abstração, explosão, raiva, tormenta, insônia, tédio, anseio, doçura, compaixão, medo: uma composição de sensações constantes e temperamentais compõem o campo emocional canceriano.

por isso, não é raro vermos artes caóticas, olhares raivosos e histéricos saindo de um corpo doce e gentil canceriano: as águas de câncer são como ás águas do mar, calmas e agradáveis, porém oscilantes e enciumadas.

câncer: regido pela lua

diz-se lunáticos aqueles que são regidos pela lua. sim, este é um pouco o temperamento canceriano: em um dia, muitas emoções. mudar de sentimento e ter de expressá-los.

vale a pena lembrar que câncer é um signo que segue a constelação de gêmeos, por isso ainda é um signo jovem e com alguma lembrança da eletricidade geminiana.

câncer, a lua, a mãe e o clã 

cancerianos são extremamente sensíveis aos movimentos da mãe, à história da mãe, à vida e aos sentimentos de sua figura materna, seja ela qual for. fala-se com importância na generosidade canceriana, o cuidado e a atenção aos seus.

os mares e oceanos rodeiam os continentes, unem tribos e nações: o signo de câncer é representação da união entre os povos, traduzindo-se em nosso microssistema: naquilo que conhecemos como família.

(Foto: Claudia Andujar)

a união familiar é canceriana: a tradição e os valores herdados: o colar de pérola herdado da avó, a carta, as gavetas, os mistérios e segredos das gerações.

câncer nos diz que pertencemos a algum lugar, que temos uma família, que temos um clã: que fazemos parte. fica registrada a importância de saber o que honramos em nosso sistema familiar. vale perguntar-nos: investigando nossa fase e arquétipo canceriano (já que todos temos um pouco de cada signo) o que eu sou capaz de fazer para me manter parte do clã ao qual pertenço.

para ser amado pela minha mãe, eu prometo que serei… para fazer parte desta tribo, eu prometo que farei… responder a estas questões irá nortear nosso campo emocional para lembranças, que pode trazer insights importantes em nossa autoinvestigação.

quando saudamos o mar, saudamos a solidão dos navegantes, saudamos o signo de câncer: saudamos nossa memória, nossa história: a nossa criança.

 


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