O Brasil é o segundo país do mundo com maior área florestal, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF). São 493,5 milhões de hectares que dividem-se em: Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pampa e Pantanal. Porém, há décadas toda essa diversidade sobrevive ameaçada. Como apura o Green Peace, o Brasil já perdeu 19% da Amazônia e quase 91% da Mata Atlântica. Com a tentativa de reverter esse quadro, o Dia de Proteção às Florestas é uma data para conscientização sobre a urgência da preservação para a fauna, a flora e também a vida dos seres humanos.
As árvores liberam oxigênio enquanto estocam dióxido de carbônico, gás que quando em grande quantidade lançada à atmosfera contribui para o aquecimento global. Além da regulação do clima, as florestas são vitais para a biodiversidade de plantas e animais, preservação das margens dos rios, formação de chuvas e proteção das centenas de comunidades nativas que ainda vivem em áreas remotas. Somos dependentes da natureza, mas por que tanto as degradamos?
Como aponta a organização Salve a Selva, cerca de 13 milhões de hectares de floresta tropical desaparecem ao ano em todo o mundo. A Floresta Amazônica, a maior delas, perde 5 mil quilômetros neste mesmo período. A nível mundial, uma área equivalente a 40 estádios de futebol é desmatada a cada minuto, principalmente vítima de incêndios e motosserras Infelizmente, a ganância pelo lucro que move o desmatamento está em nossa história há muito tempo..
Um breve histórico sobre as florestas brasileiras
O Brasil fundou-se sobre a lógica da exploração escravocrata bem como das matérias primas naturais. A exploração da madeira era (e ainda é) uma das principais atividades no país no século XVI. Neste período surgiram as primeiras legislações do meio ambiente. Infelizmente, não um resguardo sustentável, mas justamente para organizar a exploração. Essa cultura, infelizmente, não mudou. Atualmente, segundo a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, as florestas com Araucária, o pinheiro-brasileiro e uma das principais árvores para a indústria de moveleira, ocupam hoje apenas 6 mil quilômetros no Brasil, apenas 3% de sua área original, que era de 200 mil quilômetros.
Apesar de em 1907 o estado do Paraná ser o pioneira na implementação de um Código Florestal, a nível nacional a regulamentação sobre as florestas só veio a surgir em 1934. Porém, sem o aspecto sustentável e ainda assim com foco na produção. Somente em 1965, após 4 séculos de exploração, o Código Florestal incorporou a degradação ambiental, proteção das florestas e dos recursos naturais em seu documento.
Qual a nossa parte
Em 2015, 195 países se uniram em um grande tratado para a preservação do meio ambiente, clima e redução da emissão de dióxido de carbono. No Acordo de Paris, parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, o Brasil acordou reduzir, em 2025, as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005. Em 2030, essa redução deve chegar a 43%. Também para 2030, o país deve restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, alcançar 45% de energias renováveis em sua matriz energética, e a bioenergia em 18% (acesse o documento aqui).
Estamos correndo contra o tempo, e a preservação passa a ser nossa prioridade e dever do Governo. É uma corrida pois diariamente o desmatamento avança, apoiados por grandes empreiteiras em busca de lucro. O lucro para alguns poucos, porém, é o prejuízo de toda uma nação. Confira abaixo algumas instituições e campanhas para apoiar:
Desmatamento Zero
A Desmatamento Zero é uma campanha de 2012 e Proposta de Lei entregue no Congresso Nacional pelo Green Peace em 2015. O documento apresenta novas estratégias de combate ao desmatamento, que incluem: destinar para proteção ou uso sustentável as florestas públicas, aumentar a eficácia da fiscalização, usar a tributação vigente para o estímulo à conservação, intervir na extração ilegal de madeira de forma imediata, revisar a meta de desmatamento atual, dentre outros de 14 apontamentos. Leia o documento completo aqui e assine aqui.
SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica atua há 32 anos na promoção da convervação, educação e mobilização em prol da Mata Atlântica e toda a sua diversidade biológica e cultural. “A entidade desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável e proteção e manejo de ecossistemas”. Conheça as causas, projetos e participe clicando aqui.
Fundo Mundial para a Natureza
A WWF, “Fundo Mundial para a Natureza”, é uma organização de 1961 e que chegou ao Brasil 10 anos depois com os primeiros estudos sobre o Mico Leão Dourado, primata então desconhecido ameaçado de extinção. Estes estudos transformaram-se no Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, um grande destaque mundial que atua no país há mais de 30 anos. Desde então a instituição atua com diversas pequenas ações por todo o Brasil, fortalecendo diversas entidades ambientalista e apoiando iniciativas locais. Em 1996 a WWF Brasil se oficializa e desde então coopera em quatro dos seis biomas florestais brasileiros: na Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado. Contribua com suas ações aqui.
Salve a Selva
A Salve a Selva é uma instituição internacional fundada em 1986 que tem como principal objetivo “romper o círculo dos madeireiros e fazendeiros, das empresas petroleiras e mineiras, dos bancos ocidentais e dos políticos corruptos”. No site brasileiro é possível se inteirar sobre as ações e contribuir para pressionar políticos e organizações federais com diversas petições. Confira.