Clayton Christensen foi um professor de Harvard que inventou o termo “inovação disruptiva”, perspectiva que é abordada no Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, FILE, em exposição no CCBB do Rio de Janeiro. Baseado no conceito de “destruição criativa” do economista Joseph Schumpeter, disruptiva seria a ideia, dentro do capitalismo, de um ciclo de revoluções industriais e tecnológicas, quando cada inovação que surge destrói a anterior. Hoje, podemos dizer que vivemos em meio a diversas inovações disruptivas, pois o avanço tecnológico é cada vez mais veloz, e as novas tecnologias transformam cada vez mais a nossa forma de ver e interagir com o mundo.
Partindo dessa perspectiva, Paula Perissinotto e Ricardo Barreto desenvolvem a curadoria da mostra DISRUPTIVA, parte do FILE, para dialogar justamente sobre como os avanços tecnológicos transformam também a nossa forma de interagir com a arte. Como produzir e consumir arte em meio à contemporaneidade? As novas tecnologias elevaram o conceito de interatividade, e essa transformação é visível cada vez mais nos museus. Um famoso quadro, que antes era visto somente aos que podiam adentrar em um museu, hoje é compartilhado nas redes sociais.
FILE chega ao CCBB do Rio de Janeiro
Esses pensamentos foram a base para a mostra, que após passar por Belo Horizonte e São Paulo chega ao Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Mais de 100 obras chegam ao CCBB, que precisou reservar não só o térreo como todo o primeiro andar de sua sede para a exposição tamanha a procura do público. Não é pra menos: a mostra é dividida em quatro eixos que dialogam as sensações, movimento, imersão e o lúdico. As sensações fazem parte do eixo vivencial, onde os expectadores interagem com as obras a partir do tato. No eixo do movimento, o óculos 3D promove a realidade virtual. A imersão proposta pelo eixo virtual também faz uso do óculos 3D, na ideia de entrar em obras consagradas. E no lúdico, a interação com a arte se dá através dos games.
A interação com a arte é sempre uma experiência rica, mas por vezes distante daqueles que não são fisgados pelo apreço ao clássico ou tradicionais formas de contemplação. Exposições como a Disruptiva são uma ponte entre o conceito da arte com um público cada vez mais sedento pelas novas tecnologias. Uma ponte entre a história e o futuro, o antigo e o moderno. Vivenciamos uma transição de olhares, e promover essas novas formas de interação é uma das potencialidades do Festival.
Serviço:
Não deixe de conhecer o FILE! Para experimentar as obras do térreo, o acesso é através de senhas que são emitidas a cada 1 hora com o monitor da própria obra. Para acessar o 1º andar, oferecemos o agendamento prévio no site eventim.com.br ou pelo aplicativo eventim, além da possibilidade da emissão na bilheteria do CCBB. A exposição fica aberta até o dia 04 de junho, de 09 às 21h, e a entrada é gratuita.