Olá, Glorioses! Na pesquisa sobre Educação e Futuro, para falar nesta Quarta Gloriosa, surgiu o nome de Jan Gehl. Fui pesquisar sobre esse professor universitário aposentado, arquiteto, urbanista e consultor, e fiquei encantada com o que conheci: um senhor de 82 anos, com seus cabelos brancos jovialmente jogados na testa, fala sobre o engano que o pensamento modernista imprime na urbanização (não confundir com o Movimento Modernista) criando uma maneira desumana de se viver nas metrópoles. Detalhe: ele fala isso há 50 anos… Esse pensamento mostra como a era industrial afetou nossas cidades, “repletas de construções altas, com ruas apertadas e poucos espaços verdes. Um cenário de caos claustrofóbico“.
O que podemos aprender com Jan Ghel
Ao ler essa passagem, me recordei de uma manhã em que chovia torrencialmente. Eu havia saído de casa às 05:30h para coletar exames laboratoriais. Lembrei disso porque passei todo aquele dia pensando que as cidades não são feitas para seres humanos. Jovens e Idosos que, àquele horário, seguiam para seus trabalhos tendo que cruzar distâncias imensas até que alcançassem a faixa-de-pedestre; evitando, como podiam, os banhos causados pelos carros que passavam sobre as piscinas formadas em toda a freeway, sem escoamento. Surreal. O planejamento é feito pensando (mal) no tráfego dos automóveis. Jan Gehl nos pergunta: qual a serventia (para os seres humanos) das cidades, como elas são, hoje? Essa forma de desenvolvimento modernista está ultrapassada.”
Felizmente, desde 2000, isso parece caminhar lentamente para outro rumo. No Brasil, um forte exemplo disso: o arquiteto, professor, ex- prefeito de Curitiba e ex- governador do Paraná, Jaime Lerner.
“A arquitetura é muito mais do que Forma. A boa arquitetura é a interação da Forma com a Vida. A Vida faz com que cidades tenham alma. E como nós precisamos de alma”.
Em seu livro Cidades para Pessoas, lançado aqui no Brasil em 2010 e traduzido para mais de 30 idiomas, Jan Gehl resgata uma ideia de Urbanismo que une Forma e conhecimentos ancestrais que nossos antepassados nos deixaram, priorizando o convívio, os espaços comuns e vias para pedestres e ciclistas. Conforme o professor mesmo diz: “Ao construirmos algo, estamos manipulando a qualidade de vida de quem vive ali. Precisamos fazer as cidades pensando nas pessoas.”
O sucesso de suas publicações é um exemplo de como as pessoas estão cada vez mais interessadas na principal reflexão de Jan Gehl: que tipo de vida queremos?
A Bemglô e eu concordamos com o mestre. E você?
Um beijo e até a próxima Quarta Gloriosa.