Viajando na história: O Dia Internacional da Mulher
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Viajando na história: O Dia Internacional da Mulher

Viajando na história: O Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, instituído como 8 de março, é uma data que move campanhas, ações e protestos ao redor de todo o mundo para lembrar não só do valor e capacidade das mulheres, como para continuar a reivindicar direitos ainda não alcançados. Ações simbólicas como a da Bemglô, de sempre falar sobre mulheres fortes e valorizar suas histórias, são importantes para manter vivo o debate sobre direitos iguais.

Mas há mais de 100 anos mulheres vêm em uma sequência de lutas e debates para chegar à situação que nos encontramos hoje. O Dia Internacional da Mulher, portanto, é um dia para se manter viva a memória de todas essas lutas. Mas como ele surgiu?

Foto: Lucy Nicholson/Reuters
Marcha em Los Angeles, Estados Unidos (2017)

 

Curiosidades sobre o Dia Internacional da Mulher

A instituição dessa data é fluida na história, pois se deu após diversos protestos em diferentes partes do globo. Há quem acredite que o pontapé inicial para a data tenha sido o incêndio em uma fábrica têxtil em Nova York em 1911. Óbvio que a infeliz morte das 130 costureiras no incidente marcou para sempre a história desde aquele 25 de março, mas há muito antes outras mulheres já traziam o debate da importância de uma data.

Ainda ao final do século XIX, em meio à Segunda Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial, as mulheres foram incluídas enquanto mão-de-obra em fábricas ao redor do mundo. Tudo, porém feito de forma extremamente precária e desigual, desencadeando àquela época um contexto de lutas por melhores condições de vida, trabalho, direito a voto e salários e carga horária justas. Foi uma época em que diversos movimentos surgiram pela Europa e Estados Unidos reivindicando direitos sociais para as mulheres. Foram diversas as greves que ocorreram em fábricas pedindo por tais melhorias.

Uma dessas greves, em 1908, inspirou o que veio a ser o primeiro Dia Internacional da Mulher, celebrado em 28 de fevereiro de 1909 por iniciativa do Partido Socialista da América. A primeira data levou mais de 3 mil pessoas para o centro de Nova York e fechou quase de 500 fábricas. No ano seguinte, então em 1910, ocorreu em Copenhague, na Dinamarca, a oficialização de um Dia Internacional da Mulher, dessa vez com o aval de representantes de 17 países. Cada país, porém, comemorando em datas diferentes. Apenas sete anos depois, em 1917, temos o ato que levou à data de 8 de março a ser conhecida e lembrada ainda hoje como oficial.

Foto: Karim Kadim/AP
Mulheres da Ong Women for Women em Bagdá, capital do Iraque (2017)

 

Conquistas através de muita luta

Em 8 de março de 1917, quase 100 mil mulheres, trabalhadoras das fábricas Russas, protestaram contra às más condições de trabalho e fome qual viviam. Manifestaram-se contra a participação da Rússia na Primeira Guerra e contra o Czar Nicolau II, último imperador do país. Este foi um dos grandes atos, também pelo número expressivo de participantes, que estampou de vez a força da união feminina. Desde então, a data é um marco para que mulheres façam como as operárias russas e caminhem em praça pública denunciando situações de abuso, opressão e exigindo por melhorias em situações de trabalho.

Foram anos de pressão pública até que em 1945, 28 anos depois da revolta russa, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional firmando princípios de igualdade entre homens e mulheres.

Por mais que partidos e coletivos de mulheres operárias já viessem em uma sequência de protestos há anos, somente em 1977 a ONU veio a documentar o dia 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres, 60 anos após a revolução que originou a data.

O Dia Internacional da Mulher, portanto, na prática já existia desde muito antes. Muito mais do que um documento, que tem sua valia porque legitima uma causa, o dia internacional das mulheres é um acordo de união que transcende qualquer assinatura e se materializa quando qualquer grupo de mulheres decide ir às ruas para lutar pelo direito de suas semelhantes. Ainda hoje isso acontece, e é para isso que esta data é muito importante.

Foto: Jean Chung/Getty Images
Manifestação contra assédio sexual em Seul, capital da Coreia do Sul (2017)

 

Direitos não são favores, são obrigações

Hoje, em meio a tantos debates positivos, o Dia Internacional da Mulher é uma data não só de luta como de celebração. Muita coisa foi conquistada nos últimos anos, muitos direitos foram somados. Mas direitos não são favores, são obrigações. Não deveria ser preciso tanta luta para salários iguais, para condições de trabalho, para direito à licença maternidade , direitos sobre o próprio corpo e sobre as próprias decisões como casamento, divórcio ou trabalho.

Mas em uma sociedade em que as mulheres já foram muito privadas, cada pequena conquista, mesmo que óbvia, é fruto de uma grande luta, de um movimento que começou com mulheres que já viveram e morreram muito antes de nós. E é por elas que as mulheres não devem desanimar e precisam hoje continuar a se unirem, irem às ruas e cantarem pelas conquistas já alcançadas e criarem fôlego e ânimo pelas tantas conquistas que ainda virão.

Neste dia especial, lembre-se de todas as mulheres fortes da sua família, do seu ambiente de trabalho ou que já passaram pela sua vida. Lembre-se do quanto já aprendeu com sua avó, com sua mãe ou qualquer outra mulher. Pense no quanto você ainda poderá ensinar pra tantas outras meninas que virão a serem mulheres. Inspire-se com todas elas e lembre-se sempre que as mulheres podem tudo. Feliz Dia Internacional da Mulher!

 

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