A mesma tecnologia que surgiu para facilitar as atividades leva hoje os indivíduos a ultrapassarem sua resistência corpórea provocando problemas. O tecnoestresse é um problema provocado por qualquer tipo de estímulo tecnológico, ou seja, quando um indivíduo se depara com estímulos tecnológicos reage de forma estressada por causa das adaptações que devem ocorrer dentro de si para aceitar tais tecnologias.
Um mundo hiperconectado, imediatista, com um volume de informações cada vez maior parece justificar esse boom de ansiedade na população. Por vezes, chegamos a culpar a tecnologia pela sensação de falta de tempo e estresse, mesmo sem podermos negar a facilidade e o conforto que os novos recursos nos oferecem.
Porém, a grande verdade é que se tornou fácil ficar mais tempo do que o planejado no computador trabalhando, jogando ou conversando, o que acaba gerando uma pressão relacionada ao tempo, negligência de outras atividades e também de necessidades pessoais, como praticar atividades físicas, interagir socialmente e até dormir!
Mais que aumentar o risco de doenças de saúde mental, a tecnologia aparece como um novo canal para externar problemas do ser humano. E, com o acesso cada vez mais fácil a smartphones, computadores, games e internet, é natural que certos comportamentos criem conexão com o uso desses recursos. Para algumas pessoas, não conseguir se conectar com a internet pode gerar sentimentos de ansiedade, raiva e nervosismo, por se sentirem “fora do mundo”, principalmente ao estarem afastados das redes sociais.
Como tudo na vida, precisa-se fazer uma diferenciação entre o uso e o abuso das tecnologias. Quando o uso da tecnologia passa a trazer prejuízo para a vida da pessoa é que deve haver preocupação. Um jovem virar a madrugada no videogame não é, necessariamente, indício de problema. Se o uso contínuo do jogo eletrônico começa a atrapalhar com frequência outras atividades, como a escola e a vida social, já pode significar falta de controle. Se o café pedido demora, fazemos cara feia. Se o elevador não chega, apertamos insistentemente – e inutilmente – o botão. Se acaba a bateria do celular, nos sentimos isolados do mundo. Se a internet não funciona ou a conexão demora, quase entramos em desespero… É preciso vigilância e autocrítica para entendermos até onde a tecnologia está nos estressando.
Como saber se você sofre de tecnoestresse
Existem alguns sinais que podem nos ajudar a perceber se estamos sofrendo de tecnoestresse. Por exemplo:
-Pelo estímulo originado pela frustração face às limitações tecnológicas, ou seja, quando um indivíduo fica estressado por não conseguir lidar com a tecnologia;
-As crises de estresse ocorrerem com maior frequência face à limitação tecnológica, ou seja, quando um indivíduo se torna extremamente nervoso perante sua condição limitada.
-A condição se agravar, tornando-se crônica, onde o estresse permanece presente comprometendo seriamente a saúde do indivíduo.
Para evitar o tecnoestresse, já que não há formas de inutilizar a tecnologia, os psicólogos e outros especialistas da saúde sugerem que as pessoas não se deixem influenciar por promoções de produtos buscando sempre aparelhos de fácil manuseio; diminuir o trabalho diário, não deixar tarefas importantes por último e ter paciência para lidar com situações que ativam o estresse.
Por fim, é preciso diferenciar o uso por lazer ou trabalho do uso abusivo. Se a pessoa não tem transtorno mental associado, deve-se então buscar o uso consciente: limitar as horas de uso, cuidados com a postura, privilegiar a vida real em vez da virtual e praticar atividades físicas. Quando o uso abusivo está relacionado a algum transtorno, então deve-se procurar tratamento médico-psicológico para se tratar adequadamente o transtorno de origem. Portanto, fiquemos atentos e em busca de uma vida sempre saudável!