Em algum momento em que o assunto a respeito do sexismo tenha vindo a toda, provavelmente todos já dissemos que não o praticamos. Porém, como alguns estudos apontam, bem como uma análise intrinsecamente cuidadosa de nossas atitudes; nós – mulheres e homens – exibimos sutis preconceitos sexistas, muitos dos quais têm consequências desastrosas no trabalho e em outros lugares.
Assim como fazer uma dieta radical parece mais fácil do que simplesmente cortar alimentos processados do cardápio; remover as práticas sexistas da nossa rotina de uma vez por todas não parece tão simples quanto utilizar medidas paleativas para contorná-las.
O sexismo consiste em qualquer ideia ou prática que privilegie um gênero em detrimento de outro. O que, por extensão, também se aplica a discriminações equivalentes em função da orientação sexual ou qualquer tipo de diversidade de comportamento relativa aos eixos de gênero.
O poder do sexismo sutil é fácil de se subestimar. Com o sexismo claro ainda muito presente nos dias de hoje (algo que nos entristece e choca ao mesmo tempo), é tentador minimizar o dano que o sexismo sutil ainda está fazendo, dia após dia.
Vícios sutis são, por definição, os mais difíceis de identificar e eliminar. Por conta disso a batalha diária consiste em observar a existência de comportamentos sexistas em nós mesmos e uns nos outros, além dos passos vitalmente importantes que você pode tomar para lidar com pensamentos e comportamentos sutis que também promovam essa prática.
O sexismo sutil também pode ser internalizado. É impressionante como no ambiente de trabalho podemos perceber as diferenças de tratamento que homens e mulheres recebem. Sendo que essas diferenças se estendem a todos os tipos de cenários, desde mulheres que se sentem competitivas umas com as outras sem nenhuma boa razão, até o roubo da autoria de ideias, que vitimiza mulheres até hoje no ambiente de trabalho.
O que podemos fazer para acabar com o sexismo?
Seja no ambiente de trabalho ou em qualquer outro, algumas práticas viciosas e prejudiciais colaboram para que o sexismo sutil continue sendo perpetuado.
Como a autora Jessica Bennet afirma em seu livro “Feminist Fight Club”, algumas atitudes no ambiente de trabalho podem ser revistas e desencorajadas. Por exemplo, a interrupção abrupta de uma colega enquanto está explicando suas ideias; a apropriação de trabalho de uma funcionária por alguém que não teve relação com o desenvolvimento dele e até mulheres que possuem a tendência de enxergar as outras como inimigas.
Além disso, existe a aceitação de cumprimentos por algo bem executado: alguns estudos demonstram que mulheres tem problemas em aceitar os devidos cumprimentos por algo que executaram de maneira eficiente, por internamente acharem que não são “merecedoras” dessas felicitações.
Saber reconhecer essas práticas em nós mesmos, assim como nos outros, é crucial. A melhor resposta ao sexismo sutil quando você se depara com ele é encontrar uma maneira apropriada de criticá-lo de maneira eficiente e reprovar o comportamento em questão.
Livrar-se disso também significa defender a mudança sistêmica: a transparência salarial; metas claras de contratação; implementação de políticas favoráveis à família, dentre outros.
Mudando nossas atitudes estamos contribuindo para a construção de um mundo melhor, com maior igualdade entre as pessoas e mais respeito ao próximo!