A vida na Terra não é sempre constante. Cada organismo vivo, seja ele animal, planta ou até mesmo as bactérias, variam suas atividades de acordo com um ritmo adaptado às rotações de 24 horas do planeta. Todas as formas de vida respondem aos ciclos do sol, da lua e das estações: é o relógio biológico – ou, usando termos mais científicos, os Ritmos Circadianos.
Para entender melhor como os ritmos circadianos influenciam nosso dia a dia, tente imaginar o corpo humano funcionando como vários relógios sincronizados. Em conjunto, eles definem a hora que acordamos, conversamos, dormimos, etc. E nós estamos tão habituados a estes relógios internos que nem reparamos mais sua existência. Cada ciclo de 24 horas influencia diretamente uma função do nosso corpo, como a temperatura, os níveis hormonais, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e até mesmo a sensibilidade à dor. O ritmo circadiano mantém o corpo alerta durante as horas de claridade, e ajuda-o a relaxar à noite.
Porém, como bem sabemos, muitas pessoas sofrem com alterações de sono, apetite, estresse, etc. Tais problemas podem estar diretamente relacionados as alterações que os ritmos circadianos do corpo sofrem, normalmente atribuídas a fatores externos. O excesso de exposição à luz azul de aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores em horários inadequados, e o uso de drogas e cafeína são causas bem comuns, mas outros fatores como fuso horário e falta de exposição ao sol também influenciam diretamente nas alterações dos ritmos circadianos.
O grande perigo nisso tudo é que a desregulação no ritmo circadiano pode causar problemas como insônia, ansiedade, depressão, menor rendimento no trabalho, além do aumento do risco de diabetes e obesidade. Por isso é importante prestar atenção nos sinais que seu corpo envia, para corrigir essas alterações e manter o organismo saudável.
Como identificar distúrbios nos ritmos circadianos
Antes de mais nada, é sempre importante consultar um médico. Somente o profissional pode afirmar como e quais os distúrbios que estão afetando os seus ritmos circadianos. Porém, para ajudar no diagnóstico, pense nos sintomas que estão aparecendo, quando eles começaram e se existem atividades que pioram ou melhoram a intensidade deles.
Além disso, é importante refletir sobre a sua rotina como um todo: seus hábitos de sono, de alimentação, como o seu trabalho afeta seus níveis de estresse – e como o estresse influencia em todas as suas atividades; e se você faz uso de algum medicamento, pois eles também afetam o funcionamento do nosso organismo.
Prevenção dos distúrbios nos ritmos circadianos
O portal ECycle fez um apanhado de atitudes simples, porém eficazes, que podem nos ajudar a prevenir as alterações no nosso relógio biológico. Por exemplo:
Evite substâncias que afetam o sono pelo menos após as 16h, incluindo cafeína, álcool e nicotina;
Consuma bebidas frias, como chá gelado ou água;
Mantenha um horário regular de sono e alimentação sempre que possível;
Se exponha à luz natural do sol;
Tire sonecas de dez a 15 minutos depois do almoço (quando possível);
Se estiver dentro de casa, abra as janelas para entrar luz natural;
Evite luzes artificiais ao entardecer e durante a noite, principalmente a luz azul (aquela dos celulares, computadores e lâmpadas LED brancas, por exemplo).
A facilidade da luz elétrica, os diversos tratamentos de doenças (que envolvem muitos medicamentos) e a falta de horários regulares para a alimentação, que fazem com que uma pessoa coma a qualquer hora do dia ou da noite são grandes desafios para a rotina. E, se sucumbirmos à falta de rotina, nosso corpo entrará em conflito com as suas próprias tarefas. Cada célula tem um relógio que responde a quando comemos, quando vemos a luz solar, e uma variedade enorme de sinais do entorno. Estamos desenhados para que haja coerência entre todos esses relógios, para que corram ao mesmo tempo e concordem quanto à hora do dia.
Por isso, procure modificar seus hábitos para que os seus ritmos circadianos estejam sempre alinhados. Quanto mais nos conectarmos com a natureza e a sua essência, mais nos aproximamos da nossa própria!