Plantando árvores e minimizando o efeito estufa
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Plantando árvores e minimizando o efeito estufa

Plantando árvores e minimizando o efeito estufa

Greta Thunberg é uma jovem sueca de 16 anos que vem desde 2018 organizando greves e movimentos estudantis para pressionar governos de todo o mundo para olharem para as questões climáticas com urgência. A Terra aquece sem precedentes com as emissões de gases de efeito, que continuam a crescer quando o necessário é justamente o oposto, e Greta é o exemplo vivo de que precisamos hoje garantir que haja um futuro próspero para as sociedades futuras.

É o que também orienta a ONU no compromisso global Agenda 2030, reconhecendo que alcançar o status de uma sociedade sustentável é um processo lento, mas necessário. Assim como Greta diz em seus discursos que talvez não haja um futuro para ela própria, a ONU aponta caminhos e as transformações práticas necessárias para tornarmos essas mudanças realidade.

A nível global, é preciso o esforço mútuo dos diferentes governos em prol da bandeira que a jovem Greta anseia apesar da idade, mas também podemos ser agentes dessas pequenas transformações. No último dia 14, a ONU Meio Ambiente lançou nota para evidenciar os benefícios de se plantar mais árvores nas cidades, e esse é um movimento que pode ser feito a partir de cada um da sociedade.

Os benefícios de se reflorestar as cidades

As cidades foram construídas em cima de campos e florestas, e reverter ao menos que minimamente esse movimento é uma necessidade a pequeno, médio e longo prazo. A ONU destaca o estudo norteamericano “Árvores e os efeitos da floresta na qualidade do ar e na saúde humana nos Estados Unidos” que analisa como as árvores são verdadeiros filtros aos gases nocivos para a nossa saúde e a do planeta. É através das copas que os poluentes são absorvidos, criando uma verdadeira barreira para a poluição do ar, fator que atua no centro do aquecimento global.

A organização não exclui a necessidade  de uma coalizão entre uma série de medidas e novos hábitos que atuem junto na reconstrução de um ecossistema saudável, mas o reflorestamento é a base necessária para uma nova realidade.

É através do reflorestamento nas grandes cidades que criamos centros de lazer popular, como praças, parques e bosques, ao mesmo tempo que verdadeiros pontos de respiros nos centros urbanos cada vez mais sucumbidos à poluição.

O resfriamento também é outro benefício apontado no estudo, podendo diminuir em até 30% o uso de ar condicionado e refrigeração em geral, impactando positivamente em um menor consumo de energias poluentes e também no gasto final familiar.

De acordo com a engenheira florestal Simone Borell, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as cidades poderiam reduzir até 8ºC de sua temperatura apenas com o reflorestamento, interferindo no bem estar e nos hábitos da sociedade com a demanda por energia, diminuindo as emissões relacionadas em até 40%.

A ONU anuncia também que a FAO vem desenvolvendo, com previsão de lançamento na Cúpula do Clima em setembro desse ano, uma iniciativa global de reflorestamento urbano. A meta é replantar 500 mil hectares de arvores até 2030. A iniciativa faz parte do movimento “Grande Muralha Verde das Cidades”, que começou em 2007 no norte semiárido da África para contribuir cerca de 8 mil quilômetros de comprimento, com 15km de largura, de um muro de vegetação, na tentativa de começar a reverter o clima em regiões degradadas.

A Organização também delimitou a década de 2021-2030 como a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas, impulsionando o plantio de árvores e dialogando com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que estipula a mesma data limite para ações sustentáveis nas mais diversas esferas sociais.

Faça a diferença

Como fazer parte dessa corrida pelo reflorestamento? O Portal Ecoera mapeia uma série de projetos de replantio pelo Brasil, tornando mais fácil reunir pessoas em ações práticas já existentes em diversas cidades.

O Iniciativa Verde é um desses projetos, presente em mais de 40 municípios e com sede em São Paulo. Além do replantio, o diferencial é que a Iniciativa calcula o inventário de emissões de carbono tanto de empresas e organizações como também de pessoas físicas, e utiliza o replantio como forma de compensação dessa emissão, anulando o impacto negativo das atividades humanas da empresa ou pessoa e promovendo uma solução positiva.

No portal, o projeto desenvolve uma calculadora online que analisa as atividades realizadas por cada pessoa ao longo do dia e chega a um resultado parcial do quanto cada pessoa emite em carbono para o meio ambiente, sendo possível calcular também quantas árvores serão necessárias plantar para equilibrar as próprias ações. Analise seu impacto aqui. A Iniciativa Verde também atua em outros focos, como o replantio de plantas desmatadas na Mata Atlântica e a recuperação de nascentes.   

Trabalho similar é feito no interior paulista pela Amaeco, Associação Amigos do Meio Ambiente e da Ecologia. De forma independente e desde 2014, a associação coordena um projeto de adoção de árvores e  realiza plantios periódicos em Ribeirão Preto. Enquanto isso, o projeto Anjos da Mata Atlântica também desenvolve um método similar de apadrinhamento. O projeto realiza o reflorestamento urbano em ações mentais, e recolhe doações fixas que auxiliam as atividades. Em contrapartida, cada doador ganha mudas nativas da Mata Atlântica para plantarem onde quiserem e de forma independente auxiliarem o projeto.

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida possui mais de 30 anos na defesa pela recuperação do ecossistema brasileiro no sul do país, e o plantio é uma de suas diversas atividades a favor do meio ambiente. A associação desenvolve uma série de estudos sobre a botânica degradada, cadastra as árvores, organiza coletas de sementes e produzem mudar de até 120 espécies diferentes de árvores nativas. O viveiro da Apremavi, em Santa Catarina, é um dos maiores da região em plantas nativas e um espaço de educação ambiental. Além disso, também promovem o plantio de florestas para neutralizar emissões de CO2 através do projeto Clima Legal.

No Mato Grosso, a Rede de Sementes do Xingu é a responsável pelo florestamento urbano, catalogando e comercializando mais de 100 espécies de árvores. Em Aracaju, o projeto Canto Vivo promove uma “inclusão verde”, coordenando ações de educação sustentável como a reciclagem, mas principalmente a doação de mudas e as ações coletivas de reflorestamento em espaços urbanos. Só em 2017, foram mais de 70.000 plantações através de mais de 7 cidades da região.

Ficou interessado? Confira aqui se há iniciativas próximas da sua residência. Seja uma semente de transformação!


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