Durante todo o século XX, um talento nato para as artes abstratas passou despercebido, mas hoje é referência no que tange este tipo de arte plástica. Hilma af Klint, sueca falecida em 1944, teve sua primeira exposição de arte apenas em 1986, impressionantes 42 anos após sua morte, na mostra “The Spiritual in Art: Abstract Paintings 1890–1985”, realizada no Los Angeles County Museum of Art. Mas o trabalho da pintora começou desde muito antes e hoje está em solos brasileiros com a exposição “Mundos Invisíveis”, desde o dia 03 de março e até o dia 16 de julho na Pinacoteca de São Paulo.
O nome da exposição reflete a personalidade da artista: Hilma fez parte do grupo “As Cinco”, um conjunto de cinco artistas mulheres que não só experimentavam a mistura entre pintura e escrita como se diziam abençoadas por espíritos elevados que buscavam se expressar através de imagens.
Movimentos espiritualistas foram de grande influência para sua arte, além da formação na Real Academia de Belas Artes, principal centro de educação artística da capital sueca. O trabalho foi pioneiro ao trabalhar o surrealismo que somente seria descrito dessa maneira 30 anos depois com o movimento de mesmo nome. Apesar da formação tradicional em artes, foi na pintura livre que Hilma se conduziu.
No Brasil estão 130 de suas obras, datadas de meados de 1900 como a série intitulada “As dez maiores”, realizada em 1907. A curadoria de Jochen Volz, diretor geral da instituição, em parceria com Daniel Birnbaum, diretor do Moderna Museet, é também audaciosa e trouxe a solos brasileiros obras nunca antes apresentadas da artista. Por trás desse feito inédito está, também, o apoio da Fundação Hilma af Klint, situada em Estocolmo e que desde 1972 tem a missão de popularizar cada vez mais o legado da artista.
Sobre a exposição de Hilma Af Klint em SP
Apesar de possuir um número relevante de obras, algumas com mais de um século, Hilma e sua marca no mundo da arte chegou a pouco no conhecimento mundial, principalmente depois de uma retrospectiva organizada pelo Moderna Museet de Estocolmo, em 2013, que levou seu trabalho além-fronteiras.
Agora todo esse brilhantismo adormecido chega em solo brasileiro e conhecer os Mundos Invisíveis visitados por Hilma é obrigatório a todo apaixonado por arte. “O trabalho de Hilma af Klint dialoga de certa forma com o sincretismo e a pluralidade de cosmovisões tão presente na cultura do Brasil. A serialidade encontrada em sua obra também aparece na arte brasileira, em especial no concretismo e neoconcretismo”, explica o curador da exposição.
Ficou instigado a conhecer mais da artista? A visitação é aberta de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h30 no primeiro andar da Pina Luz – Praça da Luz, 02. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).