A moda sustentável tem atraído cada vez mais a atenção das pessoas, e isso é ótimo! Mas os termos usados neste setor, como moda ética, slow fashion e cruelty-free, podem confundir e até mesmo enganar o consumidor. Para que você fique por dentro do assunto, e não leve gato por lebre, criamos este pequeno guia.
Slow fashion é um termo criado em oposição ao fast fashion (moda rápida). O movimento slow fashion privilegia peças de qualidade feitas para durar. Essa atemporalidade está fundamentada tanto na durabilidade física das roupas, quanto na sua estética. Isso quer dizer que o slow fashion passa longe das tendências momentâneas que norteiam os lançamentos das grandes cadeias de fast fashion. Por isso, dê preferência as marcas pequenas que usem matérias primas de primeira linha e modelagens que vão resistir ao teste do tempo. Na Bemglô, por exemplo, todas as marcas se enquadram nesta categoria.
Moda ética (ou ethical fashion, em inglês) é aquela feita através de relações de trabalho justas. É importante que os consumidores procurem saber se os fabricantes respeitam os direitos dos empregados, como: salário adequado, horas de descanso semanais, e boas condições no ambiente de trabalho, entre outras. Algumas empresas vão além, contribuindo positivamente para que a comunidade produtiva possa prosperar. Acreditamos que esta prática é altamente desejável.
Moda sem crueldade animal (ou cruelty-free, em inglês) é aquela que não causa danos a animais durante a produção das peças, e que não contém subprodutos animais em sua composição. Mas atenção: na indústria cosmética, o termo significa apenas que o produto não foi testado em animais. Se você procura um item livre de subprodutos animais, ele precisa ser vegano.
Moda orgânica é feita com fibras naturais -como algodão, seda ou cânhamo- cultivadas e produzidas sem pesticidas e agrotóxicos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde dos agricultores. Apesar do Brasil ser um dos 5 maiores produtores de algodão do mundo, apenas 0,1% do plantio é orgânico. Localizado majoritariamente na Paraíba, o plantio do algodão orgânico é feito por meio da agricultura familiar, e enfrenta muitos desafios para o crescimento no país, como falta de incentivo governamental e lobby do agronegócio. Mas entidades como Embrapa, Textile Exchange e Instituto C&A estão trabalhando para fomentar a produção através de parcerias variadas.
Moda sustentável, também conhecida como eco fashion, é aquela que não prejudica o ecossistema durante sua produção. O problema é que a moda possui uma cadeia de produção extremamente longa e complexa, que engloba a produção dos tecidos, a confecção das peças, e ainda, a distribuição das roupas ou acessórios. Para se fazer uma avaliação do impacto dessa cadeia de produção existem três pilares fundamentais: a pegada de carbono de cada peça de roupa, a quantidade de água necessária para produzir cada unidade e a quantidade de agrotóxicos utilizados no plantio da matéria-prima (no caso de tecido feito com fibras naturais, como o algodão) e ou quantidade de componentes químicos e sintéticos utilizados na fibra (exemplo do poliéster e acrílico). Marcas que produzem produtos mais sustentáveis tendem a usar fibras naturais ou recicladas em suas criações. Algumas como a Lhas, usam materiais excedentes, estendendo a vida útil dos tecidos. Outras, como a Kitecoat, fazem upcycling, transformando velas usadas de kitesurf em jaquetas impermeáveis. O objetivo, em qualquer caso, é causar o menor dano possível à natureza.
E o nosso guia termina com uma palavra nova, em inglês, que ainda não tem tradução em português: greenwashing. Traduzido ao pé da letra, o termo quer dizer “lavagem verde”. Mas o significado de greenwashing se refere à “maquiagem” de um produto para que pareça ecológico ou sustentável. Greenwashing é quando um grande magazine, por exemplo, anuncia uma coleção eco fashion de 20 peças, mas na realidade fabrica milhões de peças não sustentáveis por ano. É quando a sustentabilidade é usada levianamente para enganar o consumidor. Fique atento!
Consuma de forma consciente. Pratique os princípios de sustentabilidade: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar. Descarte seus resíduos de forma correta.