Mulheres na Coleção MAR
Arte & Cultura

Mulheres na Coleção MAR

Mulheres na Coleção MAR

Tarsila do  Amaral, Tomie Ohtake e Marie Nivouliès de Pierrefort são alguns dos nomes dentre as mais de 150 artistas reunidas na exposição Mulheres na Coleção MAR, do Museu de Arte do Rio. A mostra teve um feito inédito: a curadoria foi um processo colaborativo e envolveu mulheres de todo o Museu, dentre recepcionistas, seguranças, jornalistas, museólogas, gestoras e outros setores. A abertura ocorreu no dia 16 de novembro como parte do Festival Mulheres do Mundo e segue até abril de 2019.

Polvo Portraits (Amazônia), de 2014, de Adriana Varejão

A proposta da exposição Mulheres na Coleção MAR, principalmente em parceria ao festival que promove diálogo e intercâmbio cultural e profissional entre mulheres, é celebrar a produção de arte feminina no Brasil. São 150 artistas mulheres, clássicas e contemporâneas, brasileiras e internacionais, que compõem o acervo selecionado e dão o panorama desse recorte.

Além de levar ao público trabalhos plásticos, a exposição ultrapassa as telas e se mostra um grande experimento interno. Foram dois meses de encontros, debates e formação curatorial entre funcionárias de todos os setores do museu para pensar o universo feminino, a forma como a arte impacta vidas e a representação da mulher na sociedade. A curadoria coletiva foi uma experiência nova, como conta a coordenadora de conteúdo Amanda Bonan:

“Quando surgiu a ideia da exposição, pensei que não poderíamos perder a oportunidade de engajar as funcionárias do MAR em um processo curatorial colaborativo, mais horizontal, de escuta recíproca em torno das questões do que é ser mulher e do que é fazer uma mostra de artistas mulheres. A diretoria acatou a sugestão e então nos debruçamos juntas sobre as obras da coleção, trocamos experiências e saberes, dividimos preocupações. O MAR segue vivo e pulsante na mão dessas mulheres, quebrando paradigmas e inventando novos modos de fazer curadoria.”

Parte do processo foi registrado em vídeo e também faz parte da exposição.

Sobre Mulheres na Coleção MAR 

Mulheres na Coleção MAR, portanto, propõe mais do que a observação. É uma mostra-processo que se encerra apenas em 20 de abril de 2019. Até lá, ela continua viva promovendo a reflexão. “O museu experimentou pela primeira vez uma tecedura de exposição realmente de base”, conta a diretora executiva do museu Eleonora Santa Rosa. Como base, entende-se a participação igualitária entre todas as mulheres envolvidas na produção da mostra, dos cargos diretamente ligados à curadoria e reflexão de arte ou não. O mote foi criar um espaço de mulheres, sobre mulheres e para as mulheres. Isso está intimamente ligado à missão do Festival Mulheres do Mundo: “troca de saberes, experiências artísticas, projetos culturais e profissionais, histórias e reflexões, compondo um painel sobre as aspirações, dificuldades, medos, sonhos e lutas das mulheres do Rio de Janeiro e do mundo.”

“Esses laboratórios de criação curatorial abriram uma dimensão extraordinária de depoimentos pessoais”, complementa a diretora executiva. “A exposição está sendo amalgamada não só por um corte profissional, frio, ‘curatorial’, mas faz parte de um caldo muito maior, envolvendo uma percepção desse acervo, um outro olhar sobre a montagem desse acervo num determinado espaço e, mais do que isso, o cinturão em torno dessa exposição do ponto de vista de reflexão pessoal, de reflexão de histórias individuais, de narrativas dessas histórias e de como isso pode estar projetado nessa mostra”.

O Museu de Arte do Rio fica no centro do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, número 5. Funcionamento de terça-feira a domingo, entre 10h e 17h. O ingresso custa R$20 com meia-entrada para jovens de até 21 anos, estudantes, portadores de necessidades especiais (com direito a acompanhante), moradores da cidade e portadores de ID Jovem. Às terças, o acesso é gratuito para todos.


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