Quase 70% do peso de um adulto é composto de água. Nas crianças, o número é ainda maior: 80%. E mesmo sendo o principal componente das nossas células, além de estar relacionada com praticamente todas as reações do nosso corpo, parece que o ser humano não dá o devido valor à água no seu dia a dia. Seja pela baixa hidratação ou até pelo constante desperdício, podemos perceber que apesar da presença da água em nossas vidas ser constante, ainda assim estamos longe de gerir esse recurso de maneira sustentável. Mas se a relação da água no corpo humano é tão forte, porque não começarmos a nos preocupar mais com isso?
Como é a influência da água no corpo humano
É inquestionável a importância da água no corpo humano. Ela é fundamental para o transporte de substâncias como o oxigênio, nutrientes e sais minerais, pois faz parte da composição do plasma sanguíneo. Ela também é a responsável por levar nutrientes para as células, proporcionando a eliminação de substâncias para fora do corpo. Além disso, ela também regula a temperatura do corpo: Quando o calor se torna exagerado, inicia-se a liberação de suor, que possui água em sua composição. Ao entrar em contato com o meio, o suor evapora na superfície da pele, causando o resfriamento do corpo.
Inclusive, a influência da água no corpo humano é tão grande que uma pessoa pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir líquidos pode ser fatal. Especialistas recomendam que se beba no mínimo 2,5 litros de água por dia. E atenção: se durante o dia você sentir sede, é sinal de que já passou do ponto de beber água. E em dias muito quentes, ou quando a pessoa faz exercícios intensos, essa ingestão pode até superar os 6 litros, principalmente porque o suor “desperdiça” muito líquido na tentativa de manter a temperatura do corpo num nível adequado.
A qualidade da nossa água
Apesar da importância ser bem clara para nós, ainda assim percebemos que nem sempre a questão da água é tratada com a seriedade que deveria. Não só a ingestão costuma ser um problema para muitas pessoas, mas a própria qualidade da nossa água é também uma preocupação.
Recentemente, a UFRGS Ciência, um portal de divulgação científica elaborado pela Secretaria de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, chamou atenção para o fato de que existem níveis de resíduos de medicamentos e hormônios na água, fator que a longo prazo pode afetar a vida humana.
A professora do Instituto de Química da UFRGS Tânia Pizzolato explicou à UFRGS Ciência que, apesar das concentrações de resíduos dos fármacos serem consideradas baixas para humanos, elas podem ter efeitos tóxicos para a fauna e a flora aquáticas. “Aqueles resíduos no ambiente vão afetar a base da cadeia alimentar – os micro-organismos, os peixes pequenos… E quando se afeta a base, indiretamente se afeta toda a estrutura”.
Já com relação à poluição, o alarme é ainda mais sonoro, uma vez que em muitos lugares no Brasil não existe ainda um tratamento adequado do esgoto. “O tratamento do esgoto urbano é fundamental para resolver várias questões ambientais, não só em relação aos fármacos. O esgoto tem patógenos, detergentes, resíduos de produtos de limpeza, de higiene pessoal… Tem muita coisa ali dentro. Além do efluente gerado nas nossas residências, há toda a contribuição da cidade ali. Há um aporte de uma carga orgânica muito grande. E, quando você trata, você reduz tudo isso”, enfatiza Tânia à UFRGS Ciência.
A grande mensagem que tudo isto nos deixa é que precisamos cuidar melhor não só do nosso corpo, como da nossa água de maneira geral. Melhorar a ingestão de água durante o dia a dia, especialmente durante as temporadas de altas temperaturas, é essencial para mantermos o bom funcionamento do organismo. Mas para além disso, é essencial que sejamos os primeiros a garantir que essa água que fará parte da nossa vida, seja uma água limpa! Até porque, vale sempre lembrar que não existe vida sem água. Vamos cuidar da nossa!