Encauchados da Amazônia: Gerando renda sem derrubar as florestas
Quarta Gloriosa

Encauchados da Amazônia: Gerando renda sem derrubar as florestas

Encauchados da Amazônia: Gerando renda sem derrubar as florestas

Salve, Glorioses. Hoje vim compartilhar com vocês os Encauchados da Amazônia, mais uma iniciativa eficiente, multidisciplinar e inclusiva, diretamente relacionada ao Objetivo 8 (“o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos”) e ao Objetivo 9 (“construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”) da agenda 2030.

A borracha teve destaque na economia da Amazônia mas, após a segunda guerra mundial, (1939-1945), houve predileção das indústrias pela borracha sintética, altamente tóxica mas que oferecia uma produção mais acelerada. Isso acabou retirando  exploração da seringa da floresta amazônica.

A falta de políticas públicas e setoriais deixou seringueiros e indígenas entregues à própria sorte, obrigando muitas famílias que viviam dessa atividade há gerações a abandonarem a floresta em busca de subsistência. Nos anos 1990, o pesquisador Francisco Samonek,  da Universidade Federal do Acre, começou a estudar um novo método de processamento do látex, sem uso e eletricidade nem maquinário.

Borracha vegetal mantendo a floresta em pé

Unindo a sua pesquisa científica ao conhecimento indígena e à prática dos seringueiros do município Vila Acre (PA), foi possível o desenvolvimento de um produto do látex que usa fibras e corantes vegetais, colhidos por meio de manejo comunitário, seletivo e de baixo impacto, o Encauchado – uma tecnologia que permite o beneficiamento do látex em campo. Assim, em vez de entregarem uma simples matéria prima a ser usada pela indústria, fabricam diversos produtos, como chinelos, bolsas, utensílios domésticos e decorativos… que você encontra na Bemglô!

Foto: Cássia Tabatini

Assim nasceu o Poloprobio – Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais, em parceria com sua esposa Maria Zélia Damasceno e com o propósito de gerar renda para essas comunidades, sem degradar o meio ambiente. Por conta dessa iniciativa, desde 1994 os seringais nativos estão sendo revitalizados e manejados com práticas sustentáveis, introduzindo inovações tecnológicas em afinidade com os modos de vida locais, e atualmente já colhem cerca de 5 toneladas de látex ao mês, impactando positivamente mais de 800 produtores pelo Acre, Amazonas, Rondônia e Pará, onde fica a sede do projeto; cerca de 28 aldeias e seringais que já não praticavam mais essa atividade foram reativadas.

Por essa verdadeira transformação social, A iniciativa já coleciona prêmios, como o  Prêmio Equatorial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Venha conhecer os Encauchados da Amazônia – resgatando um saber tradicional, sustentável e que traz independência financeira para as comunidades da floresta.

Um beijo e até a próxima Quarta Gloriosa.

 

 

 

 

 

 

 


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