Precisamos reconhecer que a empatia – a arte de se imaginar no lugar de outra pessoa e olhar para o mundo através dos olhos dela – é uma rota inteligente e interessante para a autorreflexão. É uma maneira de descobrir quem você é, descobrindo a vida de outras pessoas.
A empatia no mundo digital é um grande desafio. A maioria dos aplicativos de rede social são projetados para nos conectar com pessoas que são semelhantes a nós mesmos – que compartilham do nosso gosto em música ou filmes, por exemplo.
Porém, ainda existem esperanças de que as próximas gerações sejam capazes de usar todo este advento da tecnologia com um propósito benéfico e empático. Aliás, as mudanças já estão começando. Recentemente, uma escola de idiomas brasileira desenvolveu um aplicativo que conecta crianças e adolescentes a idosos moradores de asilos em Chicago, nos Estados Unidos.
Batizada de Speaking Exchange, a campanha da rede acabou tornando-se cenário para a troca de histórias de vida, cultura e ideias entre os dois lados. Este é um tipo de projeto digital capaz de construir empatia em todas as culturas. Seria ótimo se mais pessoas se envolvessem nesse tipo de coisa, não é? Então porque não procurar desde já ter um pensamento mais empático e uma atitude socialmente responsável para com o dia a dia?
Praticando a empatia no dia a dia
Menos interações online e mais interações reais
Em um nível mais pessoal, precisamos ir além do mundo emocionalmente analfabeto dos botões “curtir”. Se você vê, via Facebook ou outras plataformas, que um amigo fez algo interessante ou que ele esteja passado por algo difícil, como uma morte familiar, não apenas “goste” de sua postagem ou escreva um comentário de uma linha. Telefone-os ou ligue via Skype e tenha uma verdadeira interação humana.
Seja mais curioso
A curiosidade expande nossa empatia quando falamos com pessoas fora do nosso círculo social habitual, encontrando vida e visões de mundo muito diferentes da nossa. Ela é boa para aumentarmos a satisfação de nossas vidas, além de ser uma cura útil para a solidão crônica. Cultivar a curiosidade exige mais do que ter apenas uma breve conversa sobre se o tempo vai virar. Defina o desafio de ter uma conversa com um estranho semanalmente.
Ensine as crianças a serem empáticas
A maioria das crianças desenvolve a empatia naturalmente: com a idade de dois ou três anos eles têm a capacidade de ver as coisas a partir das perspectivas dos outros. Mas podemos estimular seu potencial empático com algumas adaptações na rotina.
A forma com que os pais interagem com a criança deve sempre priorizar o diálogo, a explicação das regras e de como elas são importantes para o bem comum. Os cuidadores devem ter autoridade, mas sem assumir uma postura autoritária. Além de tentar fazer a criança se colocar no lugar do outro e explicar as consequências dos atos, é necessário apresentar alternativas àquela ação. Além disso, o contato com diferentes pessoas, além dos integrantes do núcleo familiar, é importante para que a criança conheça novos cenários, comportamentos e regras.