Muito tem sido dito sobre os prejuízos que a educação baseada na diferença de gênero traz para a sociedade e para a vida de mulheres e homens. A educação de gênero – na qual há obrigações e deveres distintos para as meninas e meninos – vem ganhando espaço como tema de debate público, mas ainda precisamos trazê-lo para dentro de casa.
Em casa construímos nossos alicerces, o que aprendemos nos acompanha para o resto da vida. E é em casa que precisamos travar a verdadeira luta contra os equívocos que estão cristalizados em nossa cultura, evidenciados na nossa maneira de falar e agir.
A escola, sendo o espaço onde nossa prática social se forma, deve ser a grande aliada das famílias, transformando a nossa construção cultural e buscando uma maior conscientização do outro sobre a diversidade em que vivemos.
O machismo é um dos grandes fatores que afetam a vida de diversas mulheres, homossexuais e também de grande parte da população LGBTQ, negando a igualdade de gênero em amplas esferas da vida política e social. Ele também impacta os próprios meninos, que são ensinados a não demonstrarem emoção, afeto ou amor. Com isso, vão se distanciando de seus próprios sentimentos e, finalmente, de sua própria essência.
Educação de gênero = mesmos direitos e deveres para meninos e meninas
Variados estudos mostram que o fracasso e a evasão escolar de jovens estão ligados a um ideal masculino baseado na agressividade e na indisciplina. Isso tem impedido que muitos meninos tenham direito à educação, além de reproduzir a cultura da violência.
Desde muito cedo meninos aprendem a repudiar e a odiar o que seja feminino, pela associação da imagem da mulher à fraqueza e delicadeza que nós mesmos, mães e pais, reforçamos. “Parece uma mulherzinha!”, “Quem é mais mulherzinha no time?”, são frases que destroem a imagem que os meninos têm das meninas, resultando no tratamento de objeto, comumente destinado às mulheres.
O ambiente hostil, violento e solitário onde meninos se desenvolvem resulta em experiências com bullying durante toda a vida escolar, o possível uso de drogas, a violência durante a vida adulta e a dificuldade de falar de si mesmo e de suas angústias com outras pessoas. Não é à toa que o índice de suicídios masculinos disparou.
Vejam que interessante essa campanha que nos faz refletir sobre a diferença de gêneros e o papel da criação semelhante:
Este é um processo lento. Certamente ainda levará tempo até haver equidade entre gêneros, mas com amor, auto-crítica e perseverança, futuramente teremos meninos e meninas usufruindo dos mesmos deveres e privilégios, valores que a educação de gênero preza e procura desenvolver.
Até semana que vem!
Beijos,