Você já parou para pensar que aquilo que falamos ou escrevemos pode ocasionar uma ferida em nós mesmas? E que essas atitudes, mesmo que de maneira inconsciente, podem contribuir para que a sociedade continue com a desvalorização da mulher? Existem algumas “pequenas coisas” que as mulheres fazem, na fala e na escrita, que não são realmente “pequenas”. Na verdade, elas têm um enorme impacto ao nos fazer parecer menos competentes e confiantes.
A seguir listaremos algumas dessas atitudes que tomamos e que consequentemente ajudam a enraizar ainda mais a desigualdade. É bastante surpreendente ver, de repente, que nossos hábitos inconscientes são nocivos. Porém, mais surpreendente ainda, é perceber que somos capazes de abolir essas práticas. Principalmente porque estamos juntas pela luta contra a desvalorização da mulher!
Hábitos que contribuem com a desvalorização da mulher
O uso do “só”
“Eu só quero entrar e ver …” “Eu só acho …”. A palavra “Só” tende a nos fazer parecer um pouco apologéticas e defensivas sobre o que estamos dizendo. Pense sobre a diferença entre o som de “Eu só quero verificar…” e “Eu quero verificar…” ou a diferença entre “Eu só acho” e “Eu acho …”.
O uso do “na verdade” ou expressões afins
“Na verdade, eu discordo …” “Na verdade, tenho uma pergunta.” Isso nos faz soar surpresas de que discordamos ou de que temos uma pergunta – não é bom! Seja assertiva sobre suas opiniões e não tenha medo de demonstrá-las.
Usando qualificadores
“Eu não sou especialista nisso, mas …” ou “Eu sei que todos vocês estão pesquisando isso há muito tempo, mas …”. Isso prejudica sua posição antes mesmo de você ter declarado sua opinião.
Perguntando “Isso faz sentido?” ou “Estou fazendo sentido?”
Ao analisarmos perceberemos que a maioria costuma fazer isso o tempo todo. Fazemos isso com boas intenções: queremos fazer o check-in com as outras pessoas na conversa e nos certificar de que estamos sendo claras. O problema é que “isso faz sentido” aparece como condescendente (como se as pessoas que estão ouvindo não fossem compreender) ou implica que você sente que tem sido incoerente.
Uma maneira melhor de encerrar sua argumentação é algo como “Gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre isso”. Assim a outra parte poderá dizer se está ou não com dúvidas sobre o que você disse sem precisar se diminuir perante os outros.
É importante lembrar também que a relação entre mulheres precisa ser melhor trabalhada como um todo. Estamos unidas em tantas causas, menos na nossa própria. Não podemos julgar umas às outras apenas porque somos diferentes, porque isso aumenta ainda mais a desvalorização da mulher perante a sociedade. O respeito e a conquista do nosso espaço precisam começar por nós mesmas: provando que somos capazes e que respeitamos a individualidade da outra.
Não há nada mais perigoso para nós, mulheres, do que diminuirmos umas às outras. Portanto, preste atenção não só nos seus hábitos, como nos das amigas, filhas, familiares… Mulheres confiantes e que não tem medo de expor suas opiniões costumam encontrar grandes barreiras em seu caminho. Logo, porque não ajudarmos umas às outras para que não continuemos com hábitos que nos sabotam? Juntas somos mais fortes! Levante essa bandeira você também!