“Estimular a produção contemporânea de imagem, de fotografia, de vídeo e de cinema”, afirma o coordenador de fotografia contemporânea Thyago Nogueira sobre a exposição Corpo a Corpo, que estreou no último dia 24 e segue até 22 de julho no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. Nogueira, editor da Revista Zump, é o curador dessa exposição, que reúne trabalho de 6 artistas e coletivos em torno da disputa de imagem, fotografia e transmissão ao vivo: o uso da imagem na contemporaneidade.
Os artistas foram convidados a pensar sobre o retrato, individual ou coletivo e sobre como as imagens podem nos ajudar a enxergar os conflitos sociais que emergiram no Brasil nos últimos anos. O mote é o uso do corpo como um elemento de representação social e atuação política – seja pela presença física e simbólica nos espaços públicos, seja como o veículo condutor da câmera, seja como lugar de expressão da individualidade, que aproxima e separa os indivíduos.
A Mídia NINJA é um dos coletivos que participam dessa exposição. A rede de ativistas foi fundada em 2013, possui milhares de seguidores e hoje figura entre as maiores iniciativas de mídia independente da América Latina e do mundo. Na Exposição Corpo a Corpo apresenta a obra “#Ao vivo”, com monitores que exibem as transmissões feitas ao vivo pelo grupo entre 2013 e 2017, além de transmissões realmente ao vivo com o que acontecer no país durante o período em que a mostra estiver em cartaz. O foco nessas transmissões permite enxergar uma linguagem estética própria a esse tipo de produção audiovisual, que cresceu com as manifestações de ruas e com o uso de equipamentos baratos, de baixa qualidade e alta conexão.
Outros trabalhos presentes na Exposição Corpo a Corpo
Outros trabalhos são a obra “À procura do 5º elemento“, de Bárbara Wagner. A obra, composta de 52 fotografias e um vídeo, retrata uma geração acostumada às selfies e às redes sociais. Jonathas de Andrade é o nome por trás da obra “Eu, mestiço“, uma ironia e releitura de uma pesquisa sobre raça e classe no Brasil rural realizada nos anos 1950 pela Unesco. “A máscara, o gesto, o papel” é uma instalação de Sofia Bordes resultado de uma viagem feita a Brasília que debate a atividade política, o sistema e os jogos de poder no Brasil.
Já “A resistência do corpo” é uma instalação de Letícia Ramos que também permeia o campo da política e das transmissões ao vivo ao criar um ambiente que testa as reações de um corpo diante de atividades ligadas às manifestações de ruas. O coletivo Garapa leva à exposição o livro “Portais para Charles Lynch“, um manifesto literário-imagético a dois notórios casos de linchamento em 2014.
Não perca a chance de adentrar no universo multimídia da imagem. A exposição tem acesso gratuito de terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 11h às 20h. O IMS Rio fica na rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea. Mais informações pelo telefone (21) 3284-7400 ou pelo e-mail [email protected].