Para preservar a vida e cultura das periferias do Rio de Janeiro, que vive sob constante situaçõe de opressão e violência em um cenário de guerra às drogas, 15 jovens se uniram em um projeto chamado Casa Movimentos, que promove eventos culturais e educativos sobre cidadania, direitos humanos e arte.
A Casa Movimentos fica no coração do Complexo da Maré, no Parque União, uma dentre as 16 favelas, 130 mil moradores e 800 mil metros quadrados que compõem este complexo da Zona Norte. E é neste espaço que o projeto reúne jovens estudantes para aulas e oficinas de formação sobre a própria juventude, imersões e residências em diferentes partes da cidade além de receber eventos e intervenções artísticas para a comunidade e produção de audiovisual, comunicação comunitária e ainda abrigo a ativistas, coletivos e organizações parceiras.
Casa Movimentos: Nada para nós sem nós
Para começar a levar o debate sobre guerra às drogas e seu impacto na vida das favelas, a Casa Movimentos produziu a cartilha “Drogas, juventude e favela”, com uma discussão do tema a partir de quem vive essa realidade diariamente. Uma grande bandeira do movimento é permitir que as próprias pessoas tenham a possibilidade de falar por si, e não deixar com que pessoas que não têm contato profundo ou diário com suas problemáticas discuta sobre as periferias em vivenciá-las no dia a dia. Leia a cartilha aqui.
Todo este movimento de diálogo e empoderamento começou em 2016, em uma oficina de três dias com apenas 10 jovens de diferentes periferias de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro.
Desde então, passaram por diversos encontros com especialistas em políticas de drogas e outros ativistas das realidades da favela para poderem falar sobre este tema com propriedade. A cartilha foi o pontapé inicial concreto deste movimento, sendo seu primeiro resultato prático dessa construção coletiva, lançada um ano depois, em 2017.
Com uma primeira estrutura solidificada, o Movimentos pôde começar a realizar suas atividades práticas, com pequenas oficinas, até organizar um encontro nacional ao final de 2017 com mais 25 jovens ativistas de diferentes favelas do Brasil, o Movimente-se. Durante quatro dias, puderam avaliar juntos como se dá o contexto político e social das periferias do país, principalmente o impacto direto na vida do morador.
Juntos e em constante troca, o projeto leva essa discussão para seminários, programas de rádio e tv, organizam workshops, palestras e eventos culturaiis. “Ao ocupar espaços dentro e fora das favelas, ajudamos a ampliar o debate sobre políticas de drogas do ponto de vista daqueles que são os mais afetados pela guerra às drogas.”
A Casa Movimentos será um marco a mais nesta trajetória de intenso diálogo, sendo um porto seguro e ponto fixo para este trabalho de reflexão comunitária e coletiva de pensamento sobre a própria vivência e realidade.
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