Brasil das Águas
Atitude Bemglô

Brasil das Águas

Brasil das Águas

Setembro se inicia na Bemglô com um compromisso muito claro: a preservação das águas brasileiras. A proposta é, ao longo do mês, compartilhar ações, projetos e histórias de pessoas que de alguma forma se dedicam à conscientização ambiental voltada para os mares, rios e oceanos. Essa é uma forma de diálogo, por meio de conteúdo e informação, com os objetivos 13 e 14 da Agenda 2030 da ONU. 

Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos

Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável

Uma organização fundamental neste debate é a Brasil das Águas, que desde os anos 2000 desempenha um papel de monitorar a qualidade das águas brasileiras. 

Gerárd Moss: vôos pela preservação

O Brasil das Águas nasceu em 2004, fruto de uma experiência que o aviador e ambientalista Gerárd Moss teve três anos antes, quando tornou-se o primeiro homem a dar uma volta ao mundo em um motoplanador, avião que funciona com ou sem o auxílio de motores e hélices, mas apenas planando sobre o ar. A experiência foi registrada por diversos canais de televisão, mas mais do que o feito inédito, Gerard ficou impressionado com a degradação que pôde observar mundo afora, principalmente sobre as águas.

Três anos depois, se uniu então à sua esposa Margi para converter sua paixão pela aviação em uma ferramenta do bem. Juntos, atravessaram mais de 120 mil quilômetros coletando amostras de águas brasileiras. Foram mais de 1.600 que serviram não só de base para estudos científicos mas também para fomentar a educação ambiental. Nesta empreitada, acumularam mais um feito inédito ao utilizarem um avião anfíbio transformado em um laboratório ambulante com tecnologia 100% brasileira. Foi nele que puderam analisar a saúde dos rios Amazonas, Araguaia, São Francisco, dentre outros. No total, foram 524 rios sobrevoados. 

Gerard sempre foi apaixonado pela aviação, desde seu primeiro vôo ainda aos 11 anos. Na universidade, formou-se em engenharia mecânica e chegou ao Brasil no começo dos anos 1980, quando abriu uma empresa de exportação no Rio de Janeiro e se naturalizou no país. 

A luta pela preservação do meio ambiente, hoje uma bandeira de sua trajetória, surgiu em um processo natural. Seja de porto a porto em um pequeno avião de sua exportadora, ou nos vôos independentes de seus projetos pessoais, o desmatamento das floresta e a ocupação predatória dos litorais se tornaram cenas frequentes. Passou então não só a denunciar estes cenários como usar a ciência para provar seus impactos.

Terminado o primeiro ciclo de análises das águas brasileiras, que durou 800 horas de vôos, o projeto construiu um panorama nacional com o apoio de instituições de ensino de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Comparando a qualidade da água dos mais de 500 rios analisados, o projeto foi capaz de criar um banco de dados sobre os recursos hídricos nacionais. 

No mapeamento completo (confira aqui), é possível identificar os diferentes pontos onde as águas estão sem interferência; com baixo a moderado impacto; com impacto predominantemente da agricultura; e com impacto humano. O estudo foi premiado no mesmo ano pelo Prêmio Ambiental Von Martius na categoria Natureza, como forma de reconhecimento ao esforço físico, risco e imensidão do alcance do projeto.

Hoje, Gerard compartilha suas experiências em palestras, consultorias, e mantém uma série de materiais de educação biológica e ambiental a partir das pesquisas que desenvolveu. Após, a Brasil das Águas, estudou também o impacto da Floresta Amazônia para a chuva nacional, no projeto Rios Voadores, avaliando também por meio da ciência a influência do desmatamento para o desequilíbrio deste cenário.

Confira aqui o portal exclusivo para o conteúdo educacional do projeto Brasil das Águas.

Ficou curiosx para saber como foi sobrevoar as águas brasileiras? Gerard mantém online os diários de bordo da viagem! Leia aqui.


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