Astrologia e os Quatro Elementos: Água
Astrologia

Astrologia e os Quatro Elementos: Água

Astrologia e os Quatro Elementos: Água

Um bebê precisa de muita agressividade para nascer. Para romper as barreiras e atritos físicos do corpo da mãe, um bebê precisa estar decidido a sair dali, precisa estar na posição, apontando como bala para chegar a este mundo: no ato do nascimento encontramos a primeira manifestação do elemento fogo em nossa jornada: a agressividade positiva, o ato de colocar-se de maneira determinada e ativa no arranque de vida.

Atos como estes, de força e ação, foco e realização são muito venerados em nossa persona social há séculos, no entanto, o que pouco celebramos é o período de espera que antecede o nascimento: o tempo da gestação.

Aprender a sentir é aprender a esperar

A gestação — duração: 9 meses — nos ensina que antes de toda ação de impulso criativo há um período necessário de maturação, de espera, o tempo de gestar.

Se pensarmos que tudo inicia no elemento fogo (entendido como libido e motivação), o que antecede e proporciona a grandeza de qualquer realização é o elemento água: responsável pela garantia de que lá na frente você vai se relacionar afetivamente com aquilo que você criou. de que adianta ter um império e não se relacionar com ele?

Em busca de novidade, seguimos criando e buscando resultado sem nos relacionar com o processo: o elemento água significa ‘sentir’: é o alinhavar a sua vida, dar sentido a ela, das celebrações e conquistas às travessias espinhosas.

Temperança

Aquele momento em que ‘fechamos para balanço’, em que podemos discretamente nos retirar do mundo social e zelar não só pelo que estamos fazendo, mas por como nos sentimos enquanto estamos fazendo o que estamos fazendo.

Há séculos, nossa criação social-ocidental vive sob a afirmação: ‘penso, logo existo’ e, muito bem, nosso raciocínio lógico-mental tem funcionado: o que nos permite uma série de especulações e avanços na ciência e tecnologia (ótimo!).

Junto a isso poderíamos incluir o fato de que em todos nós (humanos) habita um ser que sente, que se afeta, que precisa ser afetado, um ser vulnerável e carente, que anseia amar e ser amado.

Descobrimo-nos cada vez mais inábeis para a função de sentir, sequer nos permitimos sentar e olhar para o vazio das 18h sem a urgência de resolver ou fazer.

Ser água é ser afetado

Naturalmente nossa inabilidade de sentir nos faz tímidos, retraídos, pouco espontâneos: como se devêssemos ter respostas prontas, gestos vazios, ou seja, estamos quase sempre na defensiva: muitos diriam que o núcleo deste sintoma é o medo de amar: podemos dizer que se trata do medo em si.

O medo está para o elemento água, assim como o caos está para o elemento fogo.

Você já olhou para o mar em tempestade? já sentiu o medo de se afogar? de se perder nas suas emoções? aquele momento em que tudo parece ser maior e a vontade de viver (fogo) simplesmente desaparece. somos assombrados pela cobrança de sermos felizes o tempo inteiro, a cobrança de gozar plenamente da vida, seja em seu aspecto profissional, sexual ou espiritual.

‘o gozo hoje funciona como um estranho dever ético: indivíduos sentem-se culpados não por violar inibições morais (…), mas por não serem capazes de gozar.’ (slavoj zizek, 2006)

O elemento água, portanto, nos ensina sobre a humildade de cair ou, em outras palavras, de se expor, ser transparente, esperar. enquanto vivermos a cobrança de sermos fortes e autossuficientes seremos seres isolados e muito amortecidos, além de individualistas e, consequentemente, infantis.

Água, a sabedoria de deixar ir

Renúncia é uma doce palavra que a água nos ensina. renunciar como ato de deixar fluir, sem o nosso excessivo controle.

Confiança é água em movimento, quem confia entrega, quem entrega confia: não há razão para controlar aquilo que está seguro. a fluidez da água nos ensina sobre impermanência e adaptabilidade, assim como envolvimento e sensibilidade.

Gentileza, presença e escuta: a capacidade da água de se adaptar, de se envolver com o que faz: muito simples para a água se compor com aquilo que encontra.

Água é sentimento

Podemos analisar as diferentes representações da água na natureza  para avaliar as várias nuances de nosso corpo emocional. por exemplo: se pegarmos água na mão, ela se esvairá pelos dedos, ela cai, água segue.

Já, água sólida:  é água em estado de congelamento: sintoma de sentimentos suprimidos, congelados, enrigecidos dentro de nosso corpo emocional:

Podemos reconhecer a importância das fontes de água, subterrâneas ou submersas, quanta água existe embaixo da terra: sinalizando-nos que às vezes temos que buscar em nosso íntimo uma renovação mais profunda de nossos sentimentos.

Rios e correntezas mais ou menos agitadas, ditando-nos a importância do ritmo necessário de movimento na vida.

Efeitos do encontro de águas doces e salgadas, o efeito pororoca, que nos conta sobre a habilidade de encontrar e se relacionar com o diferente.

Além dos fenômenos da água em evaporação, aos quais podemos associar os momentos em que transcendemos nossas dualidades e dúvidas,  momentos de poesia e inspiração.

O elemento água nos ensina que não há vida sem sentir, não há vida sem o processo de viver.

 

 


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