Quando fiquei sabendo que na Bemglô Oscar Freire seriam morada de duas casas de abelhas, não deu outra: lembrei da vez que atuei, modéstia à parte muito bem pra uma criança de 5 anos, como abelha no teatro da escola. A peça tinha a intenção de estimular a preservação da natureza. Veja bem, há 20 anos atrás a gente já discutia o “deadline” no pescoço quanto ao meio ambiente. Fato é que deu certo – por ficar ali vestida de abelha parada por 20 minutos, acabei gostando desses bichinhos.
Mas voltando ao assunto do Bem que as abelhas fazem, vamos primeiro falar quem elas são: até hoje sabemos que existem mais de 20 mil espécies em todo o mundo. Só no Brasil, o país com a maior biodiversidade delas, existem cerca de 300 espécies. As abelhas são divididas em dois tipos pelos especialistas: com ferrão e sem ferrão. As duas espécies que temos na Bemglô são a Jataí e a Iraí. A abelha Jataí é conhecida nacionalmente pelas propriedades medicinais de seu mel. Já a abelha Iraí, é uma importante polinizadora de diversas culturas agrícolas.
Falando em polinização, a “função” mais conhecida da abelha é essa. Mais ou menos 2% das abelhas selvagens do planeta são responsáveis pela polinização de 80% das culturas mundiais, ou seja, sem abelhas não existiria frutos silvestres, tomates, abacates, couves, maçãs, amêndoas, laranjas e por aí vai.
Temos uma mania de achar que todos os seres do mundo devem sobreviver para o nosso bem, um pensamento no mínimo infantil que é colocado nas nossas cabeças com o passar dos anos. Mas quando o assunto é a Cadeia Alimentar (lembra? Ensino fundamental) não somos só nós a sermos beneficiados. Os animais também têm alimentos que existem graças às abelhas. A criação de gado, por exemplo, seria inviável sem alfafa, que é usada para alimentar gado.
Sem abelhas apenas e simplesmente 80% da polinização, acabando com os alimentos para grande parte dos pássaros, insetos e outros animais.
Mas as coisas não vão bem: especialistas estão alertando a respeito da diminuição dessas populações, principalmente na Europa e na América. A culpa? O uso abusivo e desenfreado de pesticidas, poluição, monocultura, doenças, uso de culturas geneticamente modificadas e alterações climáticas.
O que nós podemos fazer? Nós, em coletivo, temos que pressionar quem está deixando entrar mais veneno nas plantações para a manutenção e aumento dessas populações.
No individual, caso você tenha um jardim, uma roça, ou um espaço aberto, procure ter diversidade de plantas: manjericão, malva, orégano, alecrim, tomilho, hortelã, margaridas, girassóis, flores em geral. Você também pode implantar caixas de abelhas, assim como fizemos na Bemglô. Uma pessoa que pode te ajudar é a Ana Bovoy!
No mais, se eduquem. Eduquem seus filhos, netos, afilhados, primos, enteados, irmãos, alunos. Eduquem as próximas gerações a respeitar os outros seres como iguais, não como nossos servos. Vamos começar a polinização do conhecimento e do respeito pra acabar esse chorare.