Contra o negacionismo climático é um chamado ao posicionamento em defesa das nossas vidas e de todos os que coabitam o planeta.
Um tema que grande parte de nós acreditava ser um ponto pacífico tem mudado suas nuances e sofrido o cerco do negacionismo: as mudanças climáticas. A coisa ficou um pouco mais crítica para mim quando vi dois amigos falando sobre isso, em momentos temporais diferentes, mas com um mesmo conteúdo: as mudanças de clima e conformação da Terra seriam naturais. Seriam mesmo? E escutar isso de dois amigos geógrafos fez a coisa ficar mais preocupante. Se, por um lado, até que faz sentido pensar que há mudanças de clima e geografia de tempos em tempos no planeta; por outro, é inegável que a interferência da humanidade tem acelerado isso a ponto alarmante.
Já disse aqui, os modelos de produção e consumo que temos são insustentáveis. E engana-se quem pensa que apenas para o planeta, em uma distância inumana. Quando especialistas e ativistas falam em ameaça à vida no planeta, estão falando sobre nós também. Só sei que, nessas duas conversas que tive, me senti em “Não olhe para cima”. Está certo que uma aconteceu muito antes do filme. Mas, outra, aconteceu há pouco mais de três meses. Diante dos fatos, diante do que estamos vivendo, diante das notícias e boletins científicos, ainda passei pela terrível experiência de ouvir que há muito “alarmismo” diante do caos climático e do risco de nosso extermínio. Obviamente, perdi a amizade. Por isso, meu texto é como um pedido, porque não tive condições de formular um manifesto, contra o negacionismo climático.
Se a gente vive falando que é preciso posicionar-se sobre o racismo, o machismo e a lgbtfobia, está mais do que na hora de compreender que sem planeta, não há vida como conhecemos. Não há nós. É uma das questões mais estruturais que você pode imaginar. O impacto pode ser percebido no tipo de primavera que estamos vivendo aqui. Chuvas e frio intenso quando estaríamos caminhando para um momento mais quente nesses cantos tropicais. No caso do hemisfério Norte, as mudanças climáticas colocam em risco a imagem hollywoodiana de outono em Nova Iorque – e eu não estou falando do filme, que eu amo. A estiagem histórica fez com que as árvores não recebessem água suficiente, o que impacta diretamente em suas colorações. O desmatamento descontrolado está colocando em risco a capacidade da Amazônia de absorver carbono e contribuir no equilíbrio no clima do planeta. A mesma estiagem, mas em tempo outro por aqui, coloca em risco, inclusive, esse modelo monocultor e devastador de produção: o cultivo da soja. Segundo pesquisa da Climate Fieldview, a maior preocupação para 72% dos produtores de soja é mudança climática. Pudera. Além da Europa enfrentar a maior seca em 500 anos.
Contra o negacionismo climático é um chamado ao posicionamento em defesa das nossas vidas e de todos os que coabitam o planeta. É sobre o mundo que vivemos e conhecemos e o mundo que queremos deixar para os nossos filhos, netos, sobrinhos. Contra o negacionismo climático é sobre sempre nos posicionarmos quando nos depararmos com argumentos equivocados, que neguem a materialidade das mudanças climáticos e seus impactos sentidos agora por nós. Não é mais sobre fazermos cada um por si e sob sua própria consciência, mas coletivizar uma perspectiva e a defesa da vida.
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