O ano finda ainda em meio à pandemia, ainda com incertezas, medos, mas com muitas esperanças de dias, tempos melhores. Diante desse cenário global, e mais ainda do nosso país em meio aos desacertos do governos federal, qual ou quais os futuros possíveis? Será que o tal do Metaverso vai dominar o nosso horizonte de possibilidades nos próximos anos? Será que a pandemia que assolou o mundo estará finalmente controlada em 2022? E o “figital” estará em alta? São muitas perguntas e também novas palavras que surgem e que teremos que assimilá-las no nosso vocabulário para que possamos estar aptos a viver nesse novo futuro que se desenha.
Metaverso
Uma das palavras que surgiram com força neste ano e que deve ecoar muito em 2022 é o metaverso, termo usado para indicar/localizar um mundo virtual que replicará a realidade por intermédio de dispositivos tecnológicos. Se a humanidade tem caminhado cada vez mais para o virtual, nos próximos anos as reuniões, sejam familiares, pessoais ou profissionais, devem acontecer nesse novo espaço. Pelo menos é o que afirma uma das personalidades mais influentes do mundo, Bill Gates. Dia 9 passado ele publicou em seu Blog algumas reflexões e previsões suas sobre o futuro do planeta, e sobre o metaverso afirmou que nos próximos dois ou três anos, a maioria das reuniões virtuais se moverá de imagens de câmeras 2D para o metaverso, um espaço 3D com avatares digitais.
Particularmente não vejo isso como uma coisa boa, visto que se a pandemia nos distanciou como nunca dos outros, o Metaverso, com seus avatares, vai nos distanciar mais ainda da realidade, das pessoas em carne e osso. Mas vindo do Gates, que recentemente investiu o equivalente a R$ 50 milhões em projetos que envolvem robôs para ajudar a economizar água na agricultura, nunca é bom duvidar. Afinal, ele sabe que o petróleo do futuro será a água, e que os recursos hídricos são prioridade para a humanidade no decorrer dos anos que virão.
O figital e a curadoria de informações
Por outro lado, analistas falam que o futuro trará mais convergência entre o mundo físico e o digital, o “figital”, palavra que deverá tornar-se habitual na nossa vida. Também afirmam que o futuro trará uma maior aproximação entre as empresas tradicionais e as startups, estruturando de forma mais assertiva essa ponte entre esses dois universos: o das empresas já estabelecidas com seus modelos de negócios mais tradicionais, com as empresas que trazem soluções mais disruptivas como as startups.
Em um mundo no qual na palma da mão, com os nossos celulares, somos atingidos diariamente por um tsunami de coisas, sejam elas verdadeiras falsas, o futuro precisará cada vez mais de uma curadoria de informação, uma área emergente e em franco crescimento. Afinal, o futuro converge cada vez mais rápido para o mundo digital. E se por um lado o acesso à informação, aos bens de consumo se intensificará, o futuro possível abrigará uma preocupação incontornável com o meio ambiente, por energia renovável, por uma distribuição de renda equilibrada, por mais iniciativas sociais voltadas para o coletivo, por produtos mais saudáveis e um consumo consciente. Ser especialista em algo não será tão importante quanto no século passado. No futuro possível aumentará a demanda por profissionais com múltiplas habilidades e competências.
O novo espaço de trabalho
Diante de uma grande variedade de tecnologias emergentes, embaladas pela nova onda do metaverso, pois a virtualidade das interações se intensificará, teremos que ressignificar o nosso espaço de trabalho. O tradicional “horário comercial” já é outro devido aos novos hábitos relacionados ao ambiente de trabalho que, com a pandemia, teve que se reinventar. Afinal de contas, atualmente podemos trabalhar de qualquer lugar, em qualquer hora.
Tempo de agir
Mas, mais do que tudo, o bem-estar físico e mental será essencial. Não podemos esquecer que nesse futuro possível teremos impressoras 3D mais sofisticadas e capazes de fabricar órgãos artificiais humanos que salvarão milhões de pessoas. E que o tempo será algo precioso. Ter mais tempo para o que importa, não só para nós, mas também – e principalmente – para o outro, para o planeta que vivemos. Ir na contramão do que o mundo nos exige e parar, respirar, contemplar. E agir. Porque nunca é tarde para lembrar a frase que mais amo na vida, do poeta e gravador inglês William Blake. “Aquele que deseja mas não age engendra a pestilência”.
Que nesse futuro possível e muito próximo, tenhamos também mais arte, mais cultura, além de afeto, saúde e harmonia. Um novo ano maravilhoso para todas e todos. Feliz 2022!