Amazônia: berço do clima no Brasil e no mundo
Quarta Gloriosa

Amazônia: berço do clima no Brasil e no mundo

Amazônia: berço do clima no Brasil e no mundo
Salve, glorioses. Arrebalde é um substantivo masculino, usado para indicar um local afastado da cidade, uma periferia. Com este título o jornalista, documentarista e produtor de audiovisual João Moreira Salles publica em sua revista, Piauí, uma série de reportagens sobre uma “periferia” chamada Floresta Amazônica. Dividido em três partes, Arrebalde é fruto de dois anos de pesquisa, além de 5 meses de checagem, in loco, e narra a saga da exploração da Amazônia sob vários aspectos, ao longo de quase 600 anos, trazendo a experiência daqueles que tiveram/têm alguma interação com ela: “A Amazônia é periferia não só econômica, mas também de pensamento. O Brasil não se preocupou em produzir uma ideia sobre a floresta. É resto”, resume Simão Jatene, ex-governador do Pará.
O naturalista inglês Henry Walter Bates, que viveu na região por 11 anos, sete deles dentro da floresta, descreve suas primeiras impressões dos trópicos em seu livro Um Naturalista no Rio Amazonas: “Na manhã do dia 28 de maio (1845) chegamos ao nosso destino (Belém). O aspecto da cidade ao amanhecer era extremamente aprazível. O clima nunca se mostra seco demais, pois jamais decorrem três semanas consecutivas sem algumas pancadas de chuva”. Ele relaciona o agradável clima “ao frescor e à sombra proporcionada por sua exuberante vegetação”.
Tal descrição contrasta com a experiência vivida pelo próprio João, 176 anos depois, quando em sua temporada na cidade às 08h já fazia 36ºC! Pudera! O crescente desmatamento e envenenamento dos rios pelos projeto do garimpo afetam diretamente esse delicado ecossistema. 
Todos os dias, as árvores da Amazônia transpiram e lançam na atmosfera mais água do que todo o Rio Amazonas – os “rios voadores”, que regulam, juntamente com o Cerrado, as chuvas na América do Sul.
Os cientistas Stephen Pacala e Elena Shevliakova, e apresentaram um estudo na conferência internacional da Universidade de Princeton, em 2019, mostrando que, sem a floresta, o resultado será terrível para a humanidade: Menos chuvas ou alagamentos, menos grãos, energia mais suja, mais calor.
Esta Quarta Gloriosa é um convite para que não deixem de ler esse importante documento que é, ao mesmo tempo, um alerta para uma urgente mudança de rumo e uma declaração de amor a esse bioma que abriga perto de 20% da fauna planetária e se encontra aqui, na nossa casa.
Confiram o estudo completo aqui.
Um beijo e até a próxima Quarta Gloriosa.