Moda: você já ouviu falar em “Lowsumerism”?
É o que acontece quando aquela vontade de consumir novidades torna-se insustentável e vazia. Isso vem acontecendo com muitas pessoas e está se refletindo em vários mercados, inclusive no mercado da moda, onde o ciclo do consumismo começa a ter desgastes e gera a preocupação em rever estratégias.
A moda e a desaceleração do consumo
As mudanças vão muito além do que apenas investir em um look da estação. No livro “Moda com propósito”, André Carvalhal nos mostra que A experiência de vida, a idealização de cada um, a maneira como nos relacionamos, as sombras psicológicas, dentre outros, influenciam nas escolhas e já não é tão simples descrever o consumista de hoje.
O planeta, que está num processo de autodestruição, tem recebido mais atenção e vira foco em campanhas de marcas importantes. Mudar a consciência certamente é o primeiro passo e o mercado da moda também começa a se mexer para fazer diferente. Segundo Carvalhal, roupas e outras “utilidades” estão a ponto de se tornarem apenas “coisas” inanimadas e sem valor. O futuro não é lugar para efemeridades. Estamos caminhando para uma mudança de comportamento e estilo de vida. Mesmo que o hábito consumista permaneça, haverá uma mudança na forma de consumir.
Aos poucos, temos visto algumas mudanças já acontecendo. A antiga alienação do “comprar pelo comprar” ou “comprar pela moda” tem perdido espaço e hoje já vemos uma grande quantidade de pessoas querendo consumir sim, mas com mais consciência e com um espírito de empatia e colaboração. Nos próximos anos, como tenho notado, a tendência será de uma moda, cada vez mais, consciente e criativa, trazendo algum benefício para o mundo e para as relações.
Estamos ressignificando muitos segmentos e a moda está no topo dessa lista, trabalhando na requalificação do desejo do consumidor, deixando-o menos associado aos extremos e à mania de acumular. Tudo indica que o consumidor do futuro abraçará as alternativas que atenderão suas necessidades da forma menos nociva possível.
Para quem produz e vende moda, a revisão precisa começar a partir dos conceitos de escolha das matérias-primas e dos temas das coleções. Como Carvalhal defende no livro, “ao reformular os processos, todas as escolhas têm chance de trabalhar em favor da vida”
Viver apenas com o necessário parece uma coisa distante agora, mas a tendência é que as marcas, as empresas e os consumidores busquem esta realidade cada vez mais, trazendo um novo estilo de vida. A tendência está aí já e promete vingar.
Pensar sempre no futuro, mudando o que pudermos no presente, é uma atitude sábia e enriquecedora. Vamos juntos?
Beijos,