Descobrindo Cachoeira, na Bahia
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Descobrindo Cachoeira, na Bahia

Descobrindo Cachoeira, na Bahia

Descoberta pelos portugueses no século XVI e nomeada Freguesia de Nossa Senhora do Rosário ainda em 1674, Cachoeira é hoje um dos principais destinos históricos da Bahia por manter viva a sua memória durante todos esses séculos. A pequena cidade, que fica a pouco mais de 100 quilômetros da capital Salvador, reúne hoje diversas igrejas, museus e construções barrocas originais da época de sua fundação e período de luta pela independência do Brasil. Seu valor histórico rendeu o reconhecimento de Cidade Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ainda nos anos 70. Cachoeira, portanto, é um destino para quem busca conhecer a história do país e da Bahia para além das riquezas naturais tão procuradas no litoral do estado.

Imagem: Viagem Uol

Cachoeira: memória viva da Bahia

Cachoeira situa-se às margens do Rio Paraguaçu e faz parte do Recôncavo Baiano, região que se construiu em torno da Baía de Todos-os-Santos. Seu grande estímulo econômico foi a produção agrícola da cana-de-açúcar, do fumo (ainda hoje atuantes na região) e também a mineração. Desenvolveu-se, porém, não só enquanto polo econômico mas também político. Seu porto era um grande ponto de movimentação, assim como as estradas reais que cruzavam seu território. Sua localização era estratégica para a comunicação da capital da colônia, então Salvador, com Minas Gerais e o Sertão. Estudos apontam que Cachoeira foi uma peça fundamental para a independência do Brasil em 1822, constituindo a Junta da Defesa e participando ativamente das batalhas políticas. Em homenagem a essas contribuições, a cidade é reconhecida oficialmente como segunda capital do estado da Bahia e todo dia 25 de junho o Governo transfere-se para o pequeno município (Lei Estadual nº 10.695/07).

Para quem chega com vontade de conhecer toda essa trajetória, muitas de suas construções preservadas ainda hoje foram transformadas em museus. É o caso da Casa da Câmara e da Cadeia Pública, construídas ao final dos anos 1600 e inauguradas em 1712. No ano da Independência, foi na Casa da Câmara onde Dom Pedro I recebeu o título de Defensor do Brasil. O prédio ainda hoje abriga a Câmara Municipal e o espaço onde antes era a Cadeia hoje foi convertido em galeria de arte.

Também são símbolos da cidade a Ponte Imperial Dom Pedro II, inaugurada em 1885 e que liga Cachoeira e a vizinha São Félix sobre o Rio Paraguaçú; o Museu Regional de Cachoeira, onde está situada a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; e o Conjunto do Carmo, que une o Convento à Igreja da Ordem Terceira do Carmo.  Além dessas, a Igreja Matriz da Nossa Senhora do Rosário (padroeira do município), Nossa Senhora da Ajuda e o Centro Cultural da Irmandade da Boa Morte são outros pontos turísticos que refletem outra faceta de Cachoeira: um importante polo cultural e religioso para o estado.

Dada a grande miscigenação entre afrodescendentes e europeus desde a época escravagista, a cidade, como todo o estado da Bahia, reúne diversa culturalidade religiosa e festivais que carregam sincretismo com entre religiões como o catolicismo e o candomblé. Cerca de 15 mil pessoas se reúnem todo ano para a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, entre 13 e 15 de agosto e que sincretiza deuses e orixás. A festa é liderada pela Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, confraria afro-católica de mulheres negras impedidas de praticar a sua religião. Outras festas populares são: Festa de São João (21 a 25 de junho), São Cosme e Damião (27 de Setembro), Festa de Nossa Senhora do Rosário (7 de outubro), Festa de Nossa Senhora Da Ajuda (1 quinzena de novembro), de Santa Cecília (22 de novembro) e de Santa Bárbara (4 de dezembro).

Para chegar a Cachoeira, saia de Salvador pela BR-324 até o encontro com a BR 420, seguindo até a cidade de Santo Amaro e então 38km retomando a BR 420. De ônibus, o trajeto é feito pela viação Empresa Santana.


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